A Ford bateu o martelo para o fim de suas atividades na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), mas ainda há esperança para os cerca de 3.000 funcionários que trabalham no local.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC afirma que, em reunião com executivos do fabricante em Dearborn, nos EUA, a marca descartou qualquer possibilidade de rever a decisão do encerramento da linha de montagem.
“Aqui estão os únicos trabalhadores que atuam em linhas de automóveis e de caminhões. Mas a empresa não recuou da decisão”, diz José Quixabeira de Anchieta, do Comitê Sindical na Ford.
Por outro lado, os norte-americanos afirmam que há três interessados em comprar a unidade. Segundo Wagner Santana, presidente da associação de trabalhadores, os nomes envolvidos na negociação seguem sob sigilo.
Um dos possíveis candidatos é o grupo Caoa – importador de Hyundai, Subaru e dono da Chery no Brasil –, que admitiu a possibilidade de incluir o complexo paulista às suas fábricas locais, ao lado de Anápolis (GO) e Jacareí (SP).
Fundada pela extinta Willys em 1952, a unidade de São Bernardo do Campo (SP) tem estabilidade negociada com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC até novembro deste ano.
Além de encerrar a produção do Fiesta – coadjuvante diante do Ka feito em Camaçari (BA) –, a marca encerrou a divisão de caminhões, que fechou 2018 como quarta mais vendida no país.
Para terminar as operações, a Ford gastará US$ 460 milhões (cerca de R$ 1,7 bi), sendo US$ 360 milhões dedicados apenas às compensações de funcionários, concessionários e fornecedores.
No último mês, o governador do estado de São Paulo, João Dória (PSDB), já havia adiantado o interesse de três possíveis compradores para o complexo.
Na última semana, Dória anunciou um programa de incentivos fiscais para o setor automotivo, que poderá ser aproveitado pelo futuro investidor da unidade no ABC.
O plano prevê reduções de até 25% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresas que investirem pelo menos R$ 1 bilhão e gerarem 400 empregos. Fonte: Quatro Rodas.