Uma rodovia que move a economia de Minas Gerais e do país. A Fernão Dias, a BR-381, é a principal ligação entre Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), mas mais do que isso, é uma rota que liga todo o Mercosul ao Nordeste do Brasil. Duplicada há 16 anos, a rodovia completa neste ano uma década sob concessão da iniciativa privada e impressiona pelos números.o G1Â iniciou segunda-feira (11) a série de reportagens Asfaltar , que vai abordar os benefícios, as necessidades e os problemas das principais rodovias do Sul de Minas. Esta primeira reportagem, não poderia ser diferente, traz o histórico da principal estrada da região.Segundo dados oficiais, mais de 40% do que é produzido na economia do estado passa pela rodovia. Só de produção agrícola, são mais de 3 milhões de toneladas todos os anos. Pelo menos 25% dos mineiros moram ou trabalham nas cidades às margens da rodovia. A Fernão Dias sozinha é um mundo à parte. Ela tem toda uma cultura de caminhoneiros, ela tem uma cultura gastron ômica muito forte, ela é um corredor de visualização de marketing fantástico. Os municípios precisam olhar a Fernão Dias como um canal de desenvolvimento, ela é um canal de desenvolvimento , diz Adriano Carvalho, secretário de desenvolvimento de Extrema, um dos municípios que mais aproveitaram a proximidade com a rodovia para crescer nos últimos anos.Dos 584 quilômetros que separam Belo Horizonte a São Paulo, cerca de 300 deles cortam o Sul de Minas. Pelo menos 17 cidades estão localizadas às margens da rodovia e seus moradores dependem diretamente dela para viajar, trabalhar, estudar, ter acesso médico e contato com os grandes centros. Mas para entender a importncia de uma rodovia como a Fernão Dias, é preciso voltar ao passado e fazer uma viagem pelo tempo.O Bandeirante Fernão DiasA Rodovia Fernão Dias recebeu esse nome em homenagem a Fernão Dias Paes Leme, um dos bandeirantes paulistas de maior renome, que viveu entre os anos de 1608 e 1681. Seus feitos o fizeram ficar conhecido como o Caçador de Esmeraldas . A principal referência ao bandeirante na rodovia fica em Pouso Alegre, em um monumento localizado próximo à alça de acesso ao município. Mas, apesar do que se acredita, não foi Fernão Dias o único responsável pela abertura das trilhas que séculos depois resultariam na rodovia que conhecemos hoje. A Fernão Dias não começa com os bandeirantes necessariamente. Eu diria que a Fernão Dias começa com os índios. Porque já existia um roteiro, uma trilha traçada pelos índios e essa trilha foi usada pelos jesuítas e, posteriormente, pelos bandeirantes. Então eu diria que o início mesmo são as trilhas feitas pelos índios, que foram utilizadas principalmente pelos bandeirantes para ir atrás dos índios para conquistá-los , conta o professor de história da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Alisson Eugênio.Apesar disso, conforme o professor, a importncia dos bandeirantes e de Fernão Dias para se chegar à rodovia que conhecemos hoje é fundamental. Os bandeirantes têm uma importncia muito grande, porque a partir do momento em que eles conheceram essas trilhas e buscando índios no interior, no sertão, esses bandeirantes, mais conhecidos como sertanistas na época deles, conseguiram fazer uma expansão dessa trilha e a partir daí estabelecer alguns arraiais e depois a conquista das regiões de mineração. E ao longo tempo, esse traçado foi utilizado para desenvolver uma estrada muito mais ampla que chegou na conhecida Fernão Dias , explica o professor.A expedição de Fernão Dias Paes Leme pelas terras do Sul de Minas a partir de São Paulo começou no ano de 1674 e durou até 1681. Durante esse percurso, de sete anos, a comitiva chegou até a região onde hoje é Sabará (MG). Os pequenos arraiais usados como ponto de concentração e cultivo de alimentos para o abastecimento das tropas deram origem a cidades hoje existentes na região. O primeiro deles [foi] Ibituruna, na região do Baependi, que na língua indígena significa pouso bom, pouso alegre , daí o nome da cidade de Pouso Alegre. Depois criaram a cidade de Baependi, em homenagem à região. Mas o primeiro arraial que virou depois município é de Ibituruna, criado em 1674, que tinha a função de servir como pouso, como parada desses sertanistas, desses bandeirantes. Ali eles produziam esses alimentos para se abastecerem, deixavam um grupo tomando conta, avançavam e esse grupo levava os mantimentos até eles e também voltava até essa região conhecida para se proteger, para se resguardar de ataques indígenas, para fazer o planejamento de novos avanços , explica o professor. 1952-1959 - A Visão de JK e o início da Fernão DiasMas foram três séculos depois, entre 1952 e 1959, que o caminho aberto pelos índios e depois expandido pelos bandeirantes, se modernizou. Conforme os registros históricos, o primeiro trajeto da Rodovia Fernão Dias foi concluído com Juscelino Kubistchek, ainda no período em que ele foi governador de Minas Gerais, entre 1951 e 1954. O trecho ligava parte de Minas Gerais ao Espírito Santo.Ainda segundo ele, como o governo de JK tinha um ideário desenvolvimentista, ele então vinculou o desenvolvimento à construção de rodovias e então se lançou esse empreendimento. Jogue em Pin Up Casino online usando caça-níqueis licenciados das principais marcas https://casino-pin-up.com.br E para se cadastrar no site oficial você precisa preencher um formulário simples. ... O portal de jogos Pin-up foi criado para os mais exigentes conhecedores de apostas desportivas e jogos de azar de diversos países. um momento em que o país expande as suas relações de trocas internas, comerciais. O país vinha se desenvolvendo, vinha em uma dinâmica econômica de crescimento muito acelerado, então era necessário realmente expandir as trocas, era importante expandir a malha rodoviária que existia muito precária, muito pequena, grande parte dela de terra e construir uma alternativa às ferrovias. E num momento histórico em que a indústria automobilística estava chegando ao país, ele vinculou a construção de rodovias à ideia de progresso , explica Eugênio.A duplicação que durou mais de 10 anosNa década de 1990, a pista da Rodovia Fernão Dias, construída 40 anos atrás, era alvo de reclamações constantes dos motoristas, com muitos buracos e falta de acostamento. Além disso, chamava a atenção pelo alto índice de acidentes. Naquela época, a rodovia chegou a ser considerada a segunda mais perigosa do Brasil. Somente em 1992, mais de 300 pessoas morreram em 4 mil acidentes. O pior trecho era os 100 quilômetros que ficam entre Três Corações e Perdões, onde faltava sinalização, acostamento e sobrava buracos.A situação começou a mudar com a assinatura em 1993 de um convênio entre os então governadores de Minas Gerais, Hélio Garcia, e de São Paulo, Luiz Antônio Fleury, junto ao então presidente Itamar Franco, para a duplicação de 564 quilômetros da rodovia entre Belo Horizonte e São Paulo. Na época, a obra foi orçada em 10 trilhões de cruzeiros.A obra, no entanto, foi interrompida por várias vezes durante a década de 1990. Inúmeros trechos foram inaugurados em 2002 e 2003, mas a obra só foi completamente entregue em 2005. Ao todo, três presidentes passaram pelo Planalto até que as obras de duplicação fossem concluídas, com custo estimado de R$ 300 milhões. Fonte: G1.