Quem é do setor sabe que não é de hoje que o trânsito de caminhões na faixa do cais precisa passar por uma grande reformulação. Os gargalos no complexo portuário se agravam a cada dia, comprometendo o andamento dos serviços. Lideranças temem um colapso na região, principalmente nesta época do ano, quando se iniciam as exportações das safras agrícolas. A gravidade do problema levou sindicalistas, políticos, empresários e demais representantes da Baixada Santista ao encontro com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no dia 30 de março, em Brasília. Na ocasião, foi apresentado á autoridade um projeto de desapropriação da área da Rede Ferroviária Federal S.A no Porto de Santos para a construção de um estacionamento para caminhões e carretas. O líder ministerial apoiou a solicitação e entrou, na última quinta-feira, 15 de abril, uma nota Técnica ao presidente da República, Luiz Ignácio Lula da Silva, propondo a desapropriação de parte do terreno. O projeto apresentado ao verno é uma antiga reivindicação dos transportadores de carga que, desde a década de 80, aguardam numa área para a implantação de um estacionamento. Após estudos e a criação do Grupo de Logística Terrestre da Baixada Santista, em 97, o terreno da RFFSA, localizado na Alemoa, foi considerado pelas autoridades locais como a melhor opção para abrigar os veículos pesados. Segundo o presidente do Sindisan, Marcelo Marques da Rocha, a proposta de desapropriação é a principal medida para remediar os problemas de tríafe do cais santista, enquanto se aguarda a construção das avenidas perimetrais. "Santos está afogada em um mar de caminhões. Só aquela área (da RFFSA) irá salva-lá¡", afirma Rocha, que classificou a reunião com o ministro como "muito positiva". Conforme o deputado federal, Vicente Cascione, vice-líder do verno, o terreno, cuja propriedade será transferida para a Codesp, tem 275 mil metros quadrados. Ele está localizado em uma gleba de 500 mil metros quadrados, onde também estará terminais portuários. Originalmente, devido á ausência de informações, a própria Autoridade Portuária estimava que o esperado a ser cedido seria o de 500 mil metros quadrados. A área localiza-se entre a Avenida Augusto Barata e a linha de trem da MRS Logística, paralela á Avenida Martins Fontes e sua continuação, a marginal da Via Anchieta. Vai da Alemoa, onde é vizinha aos terminais da Stolthaven e da Ultragaz, até o pátio da concessionária ferroviária, atrás da antiga Estarada Ferroviária Santos (atualmente desativada), no Saboó. Com a desapropriação, a Codesp pretende arrendar parte da gleba para a iniciativa privada, a quem caberá instalar o estacionamento para caminhões. A estatal ainda não sabe o espaçoo a ser ocupado pelo pátio de veículos, mas planeja reservar o restante para implantar outros terminais e um trecho das avenidas perimetrais.