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Trabalhadores do setor recebem 5% de reajuste

Trabalhadores rodoviários do transporte de cargas e secas aprovaram a contraproposta das empresas do setor de conceder 5% de reajuste salarial a partir deste mês, mais o PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 260,00, em duas parcelas de R$ 130,00 (nos meses de setembro de 2004 e março de 2005). A decisão foi tomada em assembléia realizada na última sexta-feira (21), na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e região. Cerca de 2 mil empregados serão beneficiados.

Sindisan reúne hoje transportadoras e terminais

Prejuízos financeiros aos transportadores e ocasionamento de problemas físicos aos caminhoneiros. Estas são algumas das consequências que vem trazendo o sistema antilogástico aplicado pelos terminais alfandegados. Cansadas de ficar com seus caminhões parados até 48 horas aguardando para descarregar, sem que haja soluções internas por parte dos terminais, as empresas de transporte da Baixada Santista estaráo reunidas hoje, dia 24, para discutir o assunto, expondo problemas e propondo soluções. O encontro, terá iní­cio às 17 horas e será realizado no auditório do Sindisan, à  Rua Dom Pedro II, 89, Centro, Santos.

Recapitulando os fatos 1997

Criado o Grupo de Logí­stica Terrestre da Baixada Santista (GLTBS), constituí­do por representantes do Sindisan, Companhia de Engenharia de Trânsito (CET-Santos) e integrado pela DERSA, CODESP e Prefeituras de Guarujá e Cubatão. Medidas Provisórias prevém privatização de terrenos da RFFSA. Prefeitura Municipal de Santos (PMS) oficia ao MT manifestando interesse pelo terreno da Alemoa para pátio de caminhões. A necessidade da implantação de um sistema de estacionamento para caminhões destinados ao Porto de Santos, destacando-se no que deverá ser implantado em terreno da RFFSA na Alemoa, é apontada no relatório final do GLTBS. PMS pede audiência com o Ministro dos Transportes para tratar do terreno da RFFSA na Alemoa.

desapropriar o terreno na Alemoa

Mesmo depois de o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ter se comprometido trabalhar para desapropriar o terreno na Alemoa, a área deverá estar pronta para abrigar os caminhões em meados de 2005. “Existe a necessidade de se fazer um aterro e para isso é preciso obter licença ambiental, o que demora. Portanto, não podemos contar com o estacionamento para quem vem descarregar a safra de soja e outros produtos este ano”, afirma o presidente do Sindisan, Marcelo Marques da Rocha. Para diminuir os transtornos, a Codesp está fazendo reformas nas vias do cais. A Autoridade Portuária pretende ainda demolir o Armazém 1 para que os caminhões que seguem pela Rua Cristiano Otoni possam entrar á direita sem ter que cruzar a linha férrea. A medida terá de ser aprovada pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condephasa) e pela CET.

Como tudo começou

O uso da área da RFFSA para o estacionamento de caminhões é defendido desde 1997. Na época, foi criado o Grupo de Logí­stica Terrestre da Baixada Santista, uma conquista de representantes do Sindisan, que previam uma superlotação de caminhões na Cidade desde a década de 80, Companhia de Engenharia de Trânsito (CET-Santos) e demais lideranças do transporte. O GLTBS tinha o objetivo de criar projetos para solucionar e abrigar os caminhões que chegam a Santos. Posteriormente, ao Grupo, foram integradas a DERSA, CODESP e Prefeituras de Guarujá e Cubatão. Desde então, o assunto vem sendo debatido, exaustivamente, entre as lideranças da região. “Essa é uma luta antiga de transportadores. Há 20 anos estamos cobrando uma iniciativa das autoridades diante do problema dos congestionamentos” explica Rocha. “Com muita antecedência prevêmos que este caos iria acontecer, mas parece que só para os vernantes estão olhando o caso com seriedade. Desta vez acho que vamos conseguir concretizar nossos esforços “, ressalta.

O “x” do problema

A necessidade de um estacionamento para caminhões na região portuária é um reflexo do aumento da circulação de veí­culos de carga pesada no cais santista. Os constantes recordes na produção de gráos que o Brasil vem conquistando ocasionaram uma maior movimentação dos modais do transporte devido, obviamente, ao aumento das exportações destes gráos. Com estes índices, o Porto de Santos, o maior da América Latina, se tornou o principal pólo de escoamento dos produtos do Brasil. Mas a região da Baixada Santista, ao longo dos últimos anos, não foi preparada com uma infra-estrutura adequada para suportar este impacto. Empresários que atuam no setor atribuem as consequências atuais á falta de investimentos e incentivos dos vernos Federal e Estadual. A falta de infra-estrutura no Porto de Santos não é o único gargalo que provoca os congestionamentos na região. Os transtornos registrados na área portuária fazem parte de várias falhas do processo logístico, desde a armazenagem. As coisas são muito mais complexas do que se imagina e começam bem antes de a carga chegar aqui na Cidade. O problema não se origina em nossas vias, mas se agrava aqui por diversos fatores”, explica o vice-presidente do Sindisan, Vicente Apará­cio Moncho. Ele exemplifica com o que acontece com os produtores de gráos que, por não contarem com silos, que permitiriam o armazenamento da carga até o momento adequado para embarque, enviam a safra agrí­cola para exportação após a colheita. “Eles transformam os caminhões e trens em armazéns. Se a logí­stica começasse lá na produção, haveria um maior equilíbrio na hora de embarcar. As cargas chegariam ao Porto de Santos conforme a demanda. A bomba estoura aqui por falta de planejamento”, ressalta Moncho. “Outro obstáculo que contribui para a efetiva desordem no cais santista é o das péssimas condições das estradas em todo o Brasil”, acrescenta. A carência de uma logí­stica eficiente tem provocado congestionamentos desastrosos em todo o complexo portuário. Desde o iní­cio deste ano, foram constatadas paralisantes no tráfego quase que diariamente. Em 1º de março, o enguicho de um trem na altura do Valon, ocasionou um congestionamento nos dois sentidos (Santos/São Paulo e São Paulo/Santos) que se estendeu até na Alemoa. O trecho que os veí­culos geralmente percorrem em até 20 minutos se transformou em um lon desafio que durou mais de três horas. Os carros e caminhões ficaram parados sem ter alternativas para sair do congestionamento.

ESPECIAL. Estacionamento de caminhões. Será que agora a novela chega ao fim?

Quem é do setor sabe que não é de hoje que o trânsito de caminhões na faixa do cais precisa passar por uma grande reformulação. Os gargalos no complexo portuário se agravam a cada dia, comprometendo o andamento dos serviços. Lideranças temem um colapso na região, principalmente nesta época do ano, quando se iniciam as exportações das safras agrícolas. A gravidade do problema levou sindicalistas, polí­ticos, empresários e demais representantes da Baixada Santista ao encontro com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, no dia 30 de março, em Brasí­lia. Na ocasião, foi apresentado á autoridade um projeto de desapropriação da área da Rede Ferroviária Federal S.A no Porto de Santos para a construção de um estacionamento para caminhões e carretas. O líder ministerial apoiou a solicitação e entrou, na última quinta-feira, 15 de abril, uma nota Técnica ao presidente da República, Luiz Ignácio Lula da Silva, propondo a desapropriação de parte do terreno. O projeto apresentado ao verno é uma antiga reivindicação dos transportadores de carga que, desde a década de 80, aguardam numa área para a implantação de um estacionamento. Após estudos e a criação do Grupo de Logí­stica Terrestre da Baixada Santista, em 97, o terreno da RFFSA, localizado na Alemoa, foi considerado pelas autoridades locais como a melhor opção para abrigar os veí­culos pesados. Segundo o presidente do Sindisan, Marcelo Marques da Rocha, a proposta de desapropriação é a principal medida para remediar os problemas de tríafe do cais santista, enquanto se aguarda a construção das avenidas perimetrais. “Santos está afogada em um mar de caminhões. Só aquela área (da RFFSA) irá salva-lá¡”, afirma Rocha, que classificou a reunião com o ministro como “muito positiva”. Conforme o deputado federal, Vicente Cascione, vice-lí­der do verno, o terreno, cuja propriedade será transferida para a Codesp, tem 275 mil metros quadrados. Ele está localizado em uma gleba de 500 mil metros quadrados, onde também estará terminais portuários. Originalmente, devido á ausência de informações, a própria Autoridade Portuária estimava que o esperado a ser cedido seria o de 500 mil metros quadrados. A área localiza-se entre a Avenida Augusto Barata e a linha de trem da MRS Logí­stica, paralela á Avenida Martins Fontes e sua continuação, a marginal da Via Anchieta. Vai da Alemoa, onde é vizinha aos terminais da Stolthaven e da Ultragaz, até o pátio da concessionária ferroviária, atrás da antiga Estarada Ferroviária Santos (atualmente desativada), no Saboó. Com a desapropriação, a Codesp pretende arrendar parte da gleba para a iniciativa privada, a quem caberá instalar o estacionamento para caminhões. A estatal ainda não sabe o espaçoo a ser ocupado pelo pátio de veículos, mas planeja reservar o restante para implantar outros terminais e um trecho das avenidas perimetrais.