Comissão aprova proposta que abre prazo para renegociação de dívidas tributárias na pandemia

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que reabre o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), a fim de permitir a adesão de pessoas físicas e jurídicas até o último dia útil do segundo mês após a publicação da futura lei. Poderão ser incluídos débitos vencidos até 30 de outubro de 2021.

As regras constam do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Júlio Cesar (PSD-PI), ao Projeto de Lei 1890/20, do deputado Charlles Evangelista (PP-MG), e sete apensados. “A preocupação em mitigar o impacto dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19 nas empresas e nos cidadãos é louvável”, disse o relator.

“A quebra das cadeias produtivas e as necessárias e reiteradas quarentenas trouxeram dificuldades até os presentes dias”, ressaltou Júlio Cesar. “O governo federal reconheceu os efeitos da pandemia, prorrogando prazos de recolhimento de tributos e abrindo programas para negociação dos débitos”, continuou.

Parcelamento
A Lei 13.496/17, que criou o Pert na Secretaria da Receita Federal do Brasil e na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, permitia adesão até 31 de outubro de 2017, para débitos até 30 de abril de 2017. A norma previa o parcelamento com descontos de dívidas com a União, tanto de pessoas físicas quanto de empresas.

Pelo substitutivo aprovado, as condições de adesão ao programa de renegociação e os descontos em juros, multas e encargos decorrentes de dívidas deverão variar conforme o impacto financeiro sofrido pelo contribuinte na pandemia, mediante a comparação dos faturamentos e dos rendimentos em 2019, 2020 e 2021.

O substitutivo prevê seis modalidades possíveis para pessoas jurídicas, a partir de escala de redução do faturamento na pandemia, e duas para pessoas físicas, se a renda caiu. Parte da dívida será à vista; outra, compensada em tributos. O resto poderá ser quitado em até 144 meses, exceto em dívida previdenciária (até 60).

Tramitação
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.

Fonte: Agência Câmara de Notícias.

Teste: novo Mercedes-Benz Actros 2653 é o caminhão tecnológico de mais de R$ 1 milhão

Lançada no Brasil em 2019, a nova geração do Mercedes-Benz Actros acaba de ganhar uma versão ainda mais equipada. Trata-se do Actros 2653, a opção de topo e a mais potente da linha. A novidade, feita em São Bernardo do Campo (SP), está disponível com tração 6×2 e 6×4, como a avaliado pelo Estradão. Nesse caso, o preço sugerido é de R$ 1,1 milhão. Entre os destaques, o motor de 13 litros gera 530 cv de potência e 265 mkgf de torque a partir das 1.100 rpm. Além disso, o cavalo mecânico tem acabamento caprichado e várias soluções eletrônicas.

Batizado de OM 471 LA, o seis-cilindros em linha é feito na fábrica paulista da marca. Para gerenciar toda essa potência e torque, há a transmissão Mercedes-Benz G-291. A caixa automatizada de 12 velocidades tem embreagem monodisco. Segundo a Mercedes-Benz, a relação da última marcha, de 1:1, contribui para reduzir o consumo de diesel.

Além do bom conjunto mecânico, chama a atenção o tamanho da cabine. Sobretudo os 3.635 mm de altura. Na configuração de topo, o acabamento é bonito e sofisticado. Nesse sentido, o interior lembra o dos carros de luxo. Os bancos, por exemplo, são revestidos de couro e os encostos de cabeça têm o símbolo da Mercedes-Benz bordado.

Duas telas concentram comandos

O painel de instrumentos é uma grande tela digital. E pode ser personalizada ao gosto do freguês. À direita, há uma segunda tela, do sistema multimídia – as duas têm 26 cm, ou 10,25 polegadas. Por meio dela, dá para acessar e ajustar várias funções do Mercedes-Benz Actros 2653. Por exemplo, é possível conectar o celular, acionar o sistema de som e o navegador GPS. Tudo por meio de toques.

Os painéis apresentam informações como velocímetro e nível do combustível, conta giros, modo de condução e nível do Arla. Bem como quilometragem percorrida, autonomia, consumo e dados dos sistemas de assistência. Além disso, dá para checar informações do tacógrafo e do nível do óleo do motor, entre outras.

O acesso também pode ser feito pelo volante multifuncional. Assim, o motorista consegue ajustar a distância a ser mantida do veículo à frente. Bem como a tolerância de velocidade superior, de retomada e inferior. Além de aumentar e reduzir a velocidade automaticamente.

Eletrônica a serviço da segurança

Além disso, o novo modelo está repleto de recursos eletrônicos voltados à conveniência e segurança. É o caso do carregador de celular por indução na parte superior do painel. Ou seja, sem uso de cabo. Bem como das câmeras no lugar dos retrovisores convencionais. Aliás, durante a avaliação o sistema mostrou ser muito eficiente. Sobretudo em meio à chuva forte e neblina enfrentadas na rodovia Padre Anchieta, que liga a capital paulista ao litoral sul do Estado.

Novo Actros 2653 foca operações rodoviárias de longa distância

O Estradão avaliou o Mercedes-Benz Actros 2653 6×4 com relação de eixo traseiro de 3,08:1. O caminhão tem distância entre os eixos de 3.550 mm. Aliás, essa opção atende a maior parte das atividades de transporte na composição 6×4. Seja como for, há outras configurações para os mais variados tipos de operação.

Em movimento, o cavalo mecânico é muito confortável. Colabora com isso a suspensão a ar oferecida como item de série. Na dianteira, o sistema é do tipo parabólico e, na traseira, é pneumático com quatro bolsões de ar em cada eixo.

Além disso, para o segundo eixo traseiro há, como opcional, o suspensor DLT (Disconnected Liftable Tandem). Ou seja, um sistema de elevação e desconexão do eixo motriz. Assim, o conjunto pode ser suspenso quando o caminhão estiver vazio. Portanto, isso reduz custos como pedágio, pneus e combustível. Bem como ajuda a diminuir as emissões de poluentes.

Novo Actros traz soluções pouco comuns em caminhões

As soluções semiautônomas de condução são outro destaque. Nesse sentido, além de melhorar a segurança, aumentam a eficiência do caminhão. E o melhor: a maior parte dos sistemas é oferecida no Brasil como equipamento de série. É o caso da quinta geração do assistente ativo de frenagem. Por meio de radar e câmeras, o ABA 5 identifica veículos, pedestres e objetos à frente, inclusive à noite.

Assim, em caso de risco de impacto, o motorista é alertado por meio de avisos visuais e sonoros. Além disso, caso não ocorra uma reação imediata, o sistema reduz a velocidade do caminhão automaticamente e pode até pará-lo completamente. Há ainda o assistente ativo de detecção de fadiga. Esse recurso monitora o comportamento do motorista e avisa sobre a necessidade da parada para descanso.

Da mesma forma, há outros recursos ativados sem interferência do motorista. Nesse sentido, há acionamento automático dos limpadores de para-brisa e dos faróis. Bem como detector de ponto cego e controles eletrônicos de estabilidade e de saída em rampa. Assistente que evita a saída involuntária da faixa de rolagem e o controlador dinâmico de velocidade de cruzeiro também estão no pacote.

Outro destaque é a capacidade de frenagem do freio motor, de 560 cv. Ou seja, é maior que a potência do motor. Assim, não há necessidade de retarder. O Mercedes-Benz Actros 2653 tem 16 itens de segurança, de acordo com informações da marca alemã.

Cabine é ampla e confortável

Na área de descanso da cabine, há duas camas. Embaixo da principal há espaço para bagagem, além de uma geladeira. A área superior também pode ser utilizada para levar objetos, caso o caminhão trafegue com apenas um motorista em viagens longas.

Nosso teste

Avaliamos o Mercedes-Benz Actros 2653 6×4 atrelado a um bitrem de sete eixos. Assim, o conjunto tinha peso bruto total (PBT) de 54 toneladas. Segundo a fabricante, o novo caminhão tem capacidade para rodar com até 57 t. Seja como for, na estrada o motor 12.0 tem fôlego de sobra. Afinal, pode tracionar um rodotrem com até 74 t de PBT, conforme dados da marca.

O bom desempenho chama a atenção. O caminhão acelera com vigor e em poucos segundos sai da inércia e chega a 35 km/h em sexta marcha, com o motor trabalhando a 1.200 giros. Aliás, o fato de a caixa automatizada escolher a marcha ideal conforme a necessidade, contribui para as boas respostas.

Da mesma forma, garante menores níveis de consumo e emissões. Rodamos 230 km com o modelo. Segundo dados do computador de bordo, o consumo médio foi de 2,5 km/l.

Vale ressaltar que a faixa verde de rotação do OM 471 L vai das 900 rpm às 1.500 rpm. Porém, na descida de serra da Via Anchieta, por causa do acionamento do freio motor, o seis-cilindros oscilou entre 2.000 rpm e 2.300 rpm. O sistema ficou ativo durante todo a descida.

Baixo nível de ruído a bordo

De acordo com a Mercedes-Benz, o recurso tem três estágios. No primeiro, o sistema atua com 30% da capacidade. Nesse caso, o giro sobe para 2.000 rpm com o caminhão em velocidade média 33 km e com a sétima marcha acionada.

Ao nível do mar, o Mercedes-Benz Actros 2653 6×4 oferece conforto equivalente ao de automóveis. Colabora com isso o silêncio a bordo. Rodando a 80 km, com a 12ª marcha engatada, o motor trabalha a 1.000 rpm. Nesse caso, o decibelímetro marcou 71 dBA.

Já na subida da serra, feita pela Rodovia dos Imigrantes, a 30 km/h e em oitava marcha, a rotação do motor ficou em torno das 1.300 rpm. E o ruído inferno aferido foi de 76 dBA. Para comparação, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) determina que, para veículos M2, o limite é de 72 dBA. Ou seja, esse é o teto para modelos com PBT de até 2,5 t. Portanto, bem menores que o Actros.

Linha ampla

A linha Mercedes-Benz Actros oferecida no Brasil é ampla. As versões 2548 6×2 e 2648 6×4, por exemplo, têm motores com potência de 480 cv. Por sua vez, na 2651 6×4 são 510 cv. Essa configuração, aliás, disputa vendas diretamente com modelos consagrados no País, como as famílias Scania R e Volvo FH.

Como resultado, em abril a Mercedes-Benz emplacou 1.004 unidades dessa versão. Ou seja, o modelo da marca alemã ficou entre os quatro caminhões pesados mais vendidos do Brasil.

 

Veredicto

A despeito do preço, o novo Mercedes-Benz Actros 2653 6×4 se destaca pelo alto nível tecnológico e o conforto a bordo. Da mesma forma, os sistemas de segurança ativa reduzem os riscos de acidentes tanto para quem está dentro quanto fora do caminhão. Ou seja, o novo caminhão é um dos mais modernos à venda no mercado brasileiro.

Com essa versão, a fabricante alemã abriu novas frentes de atuação no País. Mesmo na opção de entrada, Actros 2045 4×2 LS, há boa oferta de soluções tecnológicas. Assim, conta com a mesma lista de equipamento das configurações de topo.

Ficha técnica
Novo Mercedes-Benz Actros 2653 6×4
Preço sugerido: R$ 1.100.000

Fonte: Estradão/Estadão.

Entradas do Porto de Santos passam a ter novas identificações

Os acessos às áreas controladas do Porto de Santos passaram a contar, desde o dia 3 último, com novas denominações. Os gates (portões, em inglês) agora são chamados de Postos de Fiscalização Portuária (PFP), mais apropriado ao Plano de Segurança Pública Portuária do Porto de Santos.

Até então, os portões eram identificados apenas por um número sequencial, começando no acesso pela Via Anchieta e seguindo progressivamente até a Ponta da Praia e margem esquerda. Com as modificações do cais e das áreas internas do Porto, a numeração ficou defasada ou com inconformidades. Várias entradas não mais existem ou estão inoperantes.

A partir de agora, o Posto de Fiscalização Portuária terá o nome da área do Porto na sequência e, se preciso, numeração. Placas com os novos nomes estão sendo instaladas e auxiliarão o usuário a identificar os locais de acesso.

Veja a tabela com as novas denominações:

NOMENCLATURA ANTERIOR
NOVA NOMENCLATURA
GATE 2
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) ALEMOA O1
GATE 3
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) ALEMOA O2
GATE 4
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) SABOÓ O1
GATE 7
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) PAQUETÁ O1
GATE 8
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) PAQUETÁ O2
GATE 10
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) OUTEIRINHOS O1
GATE 12
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) OUTEIRINHOS O2
GATE 15
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) MACUCO O1
GATE 17
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) ESTUÁRIO 01
GATE 19
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) ESTUÁRIO O2
GATE 21
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) PONTA DA PRAIA
GATE 23
COMPLEXO DA PRESIDÊNCIA PORTÃO 01
GATE 25
COMPLEXO DA PRESIDÊNCIA PORTÃO 02
GATE 26
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) ILHA BARNABÉ O1
GATE 27
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) ILHA BARNABÉ O3
GATE 29
POSTO DE FISCALIZAÇÃO PORTUÁRIA (PFP) ILHA BARNABÉ O2
Fonte: SPA.

Sindicatos e Justiça do Trabalho defendem revogação da reforma trabalhista; indústria rebate

Sindicatos de trabalhadores, juízes e procuradores do Trabalho defenderam a revogação da reforma trabalhista de 2017, em comissão geral no Plenário da Câmara dos Deputados sobre diagnóstico, as desigualdades e as perspectivas do mundo do trabalho no Brasil. No debate, na última terça-feira (3), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu a reforma.

O debate foi solicitado pelo deputado Bohn Gass (PT-RS), em razão do Dia do Trabalho (1º de Maio). Ele também defendeu revogação da reforma trabalhista (Lei 13.467/17). “O que vejo é retrocesso. Muitas conquistas obtidas com muita luta ao longo da história estão sendo destruídas”, afirmou. “São 27,25 milhões de brasileiros em situação de desalento, desemprego ou trabalhando menos do que o desejado”, completou. E acrescentou que dos 96 milhões de pessoas ocupadas, 1/3 são informais – ou seja, não têm proteção social, não contribuem para a previdência e não vão se aposentar. “Metade da população economicamente ativa encontra-se sem algum tipo de atividade econômica com proteção. O nome disso é exclusão”, resumiu, ressaltando que mulheres e negros são os mais atingidos.

Na avaliação do parlamentar, o quadro não é fruto da pandemia de Covid-19, já que os dados não diferem muito dos anteriores à pandemia, em 2019. “Não foi a pandemia, foi a reforma trabalhista, o congelamento do salário mínimo, foi o corte das políticas sociais, o corte dos investimentos públicos, que prejudicou a indústria, foi o desmonte do Estado brasileiro, foram as privatizações a preço de banana”, citou. Ele defendeu ainda a aprovação pela Casa de política de reajuste do salário mínimo acima da inflação, e não apenas a inflação. O líder do PT, Reginaldo Lopes (MG), apoiou o reajuste do salário mínimo com ganho real a partir de 2023.

Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luiz Antônio Colussi também defendeu a revisão da reforma trabalhista e discussão do tema pelos candidatos às eleições presidenciais. “Não apenas a revisão, mas a própria revogação”, frisou. Para ele, a reforma trabalhista gerou precarização das relações de trabalho, dificultando o acesso dos trabalhadores ao Judiciário e retirando direitos sociais.

Visão da indústria
Gerente executiva da Relação do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sylvia Teixeira de Sousa, por sua vez, defendeu a reforma trabalhista de 2017. “Nosso País precisa de um ambiente de negócios que contribua para a expansão das atividades produtivas e das oportunidades de trabalho formal. E nesse sentido a modernização da legislação trabalhista de 2017 foi e continua sendo uma peça fundamental nesse desafio de avanços que precisamos para tornar nosso País inovador, dinâmico e capaz de produzir desenvolvimento econômico e gerar renda e trabalho formal para o brasileiro“, opinou.

“Não houve redução ou extinção de direitos trabalhista, mas aperfeiçoamento da lei, considerando as novas formas de trabalhar e de produzir”, completou. “Por meio de amplo debate legislativo, foram regulamentados a negociação coletiva e o teletrabalho”, acrescentou ainda. Segundo ela, a negociação coletiva tem sido bem avaliada pela indústria após a reforma e houve queda nos litígios trabalhistas a partir da lei, com a redução em mais de 40% no número de processos trabalhistas nas varas do trabalho entre 2016 e 2021. Na avaliação dela, a lei incentivou o diálogo e a resolução de conflitos extrajudiciais. Para ela, “a informalidade é a verdadeira precarização do trabalho”.

Diretora executiva do Instituto Millenium, Marina Helena Santos também defendeu a reforma trabalhista e a liberdade econômica – “regras claras e fáceis, que permitam que as pessoas empreendam”. Para ela, a reforma trabalhista deve ser aprofundada e deve ser feita reforma fiscal, para reduzir a alta carga tributária.

Menos acordos coletivos
Defensor da revogação da reforma trabalhista, o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Júnior, contestou a ideia de que houve aumento da negociação coletiva após a reforma trabalhista.  “A gente tem assistido à uma redução dos acordos e convenções coletivas. Em 2016, nós tivemos 47 mil acordos e convenções, coletivas. Em 2012, não chegamos a 35 mil acordos negociados. Ou seja, menos de 12 mil negociações aconteceram no Brasil após a reforma trabalhista”, disse.

O diretor do Dieese salientou que a reforma trabalhista não diminuiu a informalidade e gerou empregos, como prometido; ao contrário, gerou a precarização do trabalho, ao que se soma um cenário de aumento da inflação e da cesta básica e queda da renda do trabalhador. “Nós estamos hoje com uma renda média do trabalhador hoje de R$ 2.377, 8% menor do que 2019, mas 54% dos trabalhadores ganham até R$ 1.500”, completou.

A revogação da reforma trabalhista também foi defendida entidades sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores do Brasil e Intersindical Central da Classe Trabalhadora. Segundo o secretário Nacional de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, “a reforma não gerou emprego, nem renda, só desemprego, desamparo e desalento”. Na visão dele, foi provado não apenas no Brasil como no mundo que a reforma não traz nenhum benefício para os trabalhadores.

Inspeção do trabalho
No debate, o diretor Adjunto de Política de Classe do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais de Trabalho (Sinait), Renato Bignami ressaltou que o sistema federal de inspeção do trabalho, responsável pela garantia do cumprimento da lei trabalhista, vem sofrendo um “rebaixamento substancial, com perda de poder de atuação” e defendeu o investimento nesse sistema para melhor regulação e proteção do ambiente de trabalho.

Bignami criticou o fim do Ministério do Trabalho, em 2019. Segundo ele, embora o órgão tenha sido recomposto, “não foi feito com as bases anteriormente firmadas”. Ele acrescentou que a carreira dos auditores fiscais do trabalho também vem sofrendo enorme corrosão, e desde 2013 não há recomposição dos quadros. Hoje há menos 2015 auditores fiscais em atividade, sendo que já foram 3900 no final dos anos 1990.

Desigualdade
Economista, professora e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, Marilane Oliveira Teixeira disse que o cenário é de aumento das assimetrias entre homens e mulheres e entre pessoas negras e não negras, além de queda dos rendimentos, ampliação da extrema pobreza e fragilização das instituições públicas, como Ministério do Trabalho, e dos sindicatos. Ela disse que cabe ao poder público criar oportunidades de trabalho e estimular com recursos públicos a geração de ocupações e defendeu um programa nacional de trabalho para todas as pessoas.

Procuradora do Ministério Público do Trabalho, Melicia Alves Mesel defendeu políticas públicas trabalhistas específicas para mulheres e negros e para a população indígenas. De acordo com ela, 92% dos trabalhadores domésticos são mulheres, sendo 64% mulheres negras. Segundo ela, não se trata de falta de qualificação, já que as mulheres têm nível instrucional superior ao dos homens. Ela pediu ainda que a Câmara não retroceda cotas para pessoas com deficiência. “As empresas só empregam pessoas com deficiência quando são fiscalizadas ou atuadas por auditores do trabalho”, apontou.

Professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense, Hildete Pereira de Melo defendeu, por sua vez, a discussão de políticas públicas pela Casa que mensurem o trabalho doméstico e de cuidado não remunerado feito pelas mulheres. “A gente tem meios de mensurar esse tipo de trabalho, para dizer que ele vale”, afirmou.

Trabalhadores do campo
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), Gabriel Bezerra Santos também defendeu a rediscussão da reforma trabalhista e a retomada dos direitos dos trabalhadores do campo. De acordo com ele, em torno de 60% dos mais de 4 milhões dos trabalhadores do campo não têm carteira de trabalho assinada, sendo que alguns estados o índice de informalidade ultrapassa 90%. “De 1995 a 2020, mais de 55 mil trabalhadores do campo foram resgatados de trabalho escravo”, acrescentou. E chamou a atenção ainda para a exposição desses trabalhadores aos agrotóxicos.

“Novas ameaças”
Diretor Legislativo da Associação Nacional das Procuradoras e dos Procuradores do Trabalho, Antônio de Oliveira Lima alertou para a possibilidade de novas reformas pelo governo, com a discussão, por exemplo, da retirada do repouso aos domingos. Além da erradicação do trabalho escravo, ele citou como desafios no Brasil o trabalho infantil, o assédio e a inflação alta corroendo os salários. E defendeu o investimento para que os trabalhadores conheçam seus direitos para lutar por eles e se sindicalizar, como forma de reação às ameaças ao trabalho.

Presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), Rudinei Marques, por sua vez, quer “evitar que a reforma trabalhista seja importada para dentro do serviço público” por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, do Poder Executivo.

Participação dos deputados
Durante a comissão geral, o deputado Vicentinho (PT-SP) criticou a “política destrutiva e criminosa que prejudica a classe trabalhadora”.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), apoiou as críticas. “Não há o que comemorar neste ano, daí os protestos no Dia do Trabalho pela revogação das reformas trabalhista e da Previdência”, disse.

O debate não contou com a participação de deputados da base governista.

Fonte: Agência Câmara de Notícias.

Iveco registra crescimento de 78% nas vendas no primeiro trimestre do ano

Após o lançamento do primeiro veículo comercial do mercado brasileiro sob as normas do P8 Euro VI – a Daily F1C MAX –, do anúncio de um ciclo de investimentos de R$ 1 bi para a América Latina e da primeira aparição nacional do pesado da marca movido a biometano – em evento do Governo Federal em Brasília (DF) –, a IVECO celebra bons números no fechamento do primeiro trimestre.

A marca registrou um crescimento sustentável de emplacamentos de 78% no primeiro trimestre de 2022. Neste mesmo período, o mercado total cresceu 3%. Entre janeiro e março deste ano, a IVECO obteve 10% de market share no mercado de veículos de carga. Recorde histórico para a marca. Como base comparativa, em 2019 a IVECO tinha cerca de 5% market share no segmento.

Crescimento por regiões:

Região Sul – IVECO +25% / Mercado 0%
Região Sudeste – IVECO +101% / Mercado +1%
Região Centro Oeste – IVECO +72% / Mercado +16%
Região Norte – IVECO +343% / Mercado +18%
Região Nordeste – IVECO +136% / Mercado +10%

Crescimento por segmentos:

Semileve – IVECO +66% / Mercado -4%
Leve – IVECO +44% / Mercado +8%
Médio – IVECO +51% / Mercado +17%
Semipesado – IVECO +113% / Mercado +17%
Pesado – IVECO +76% / Mercado -8%

Márcio Querichelli, presidente da IVECO para a América Latina, lembra que por trás das boas notícias existe um trabalho incessante do time da montadora para atuar em diferentes frentes com um objetivo em comum: a satisfação do cliente. “Esse resultado é fruto de um planejamento estratégico de longo prazo, muito estruturado, e de uma mudança completa de postura da marca agora como parte integrante do Iveco Group. O aumento na participação de mercado e nas vendas sem dúvida nos deixa muito felizes, mas o principal é saber que isso se deve a o que estamos disponibilizando para nossos clientes: qualidade em produtos e serviços”.

Fonte: Frota & Cia.

CNT promove debate sobre o Sistema Nacional de Viação

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) realiza, no próximo dia 12 de maio, o evento SNV em Debates. O encontro vai reunir especialistas do setor para discutir propostas de evolução do sistema rodoviário nacional. A ideia da Confederação é envolver instituições governamentais e não governamentais, federais e estaduais e empresas públicas e privadas no diálogo em torno da construção de soluções para a melhoria do Sistema Nacional de Viação (SNV). O aprimoramento contribuirá, por exemplo, para o maior controle e monitoramento das obras de infraestrutura que beneficiam o setor do transporte.

Saiba mais e inscreva-se: https://snv.cnt.org.br/#inicio

Fonte: Agência CNT.

Instituto CCR e Empreende Aí abrem turmas de formação em empreendedorismo exclusiva para caminhoneiros

Guiar um caminhão é realmente como dirigir uma empresa. A responsabilidade é grande. Envolve planejamento financeiro, visão de futuro, gestão do tempo, responsabilidade com o produto final, e outros desafios que só a estrada pode exigir.

O Grupo CCR entende essa vida de caminhoneiro. Por isso, por meio do Instituto CCR e da CCR RioSP, em parceria com a Empreende Aí, abrem vagas para mais um programa de capacitação empreendedora online e gratuito focado em caminhoneiros e caminhoneiras de todo o Brasil que desejam melhorar a gestão do tempo, dos recursos, das finanças e dos ganhos com a profissão.

Este ano serão contemplados 100 Caminhoneiros (as) divididos em duas turmas. O curso contará com conteúdo inédito e exclusivo nos formatos de podcasts, aulas gravadas e aulas intermediárias ao vivo. Tudo poderá ser acessado via celular, de onde o aluno estiver.

“Sou de São Paulo e atuo como caminhoneira autônoma há cinco anos. Soube do Curso Empreendedorismo para Caminhoneiros nas estradas geridas pela CCR e achei que seria interessante aprimorar meus conhecimentos. Aprendi a organizar meus ganhos em planilhas, coloquei em prática tudo que absorvi e, quando a gente muda os hábitos de organização do trabalho, tudo flui melhor no longo prazo”, afirma Vanessa Gomes.

“Estamos extremamente felizes por poder lançar mais uma turma desse programa que valoriza os caminhoneiros e caminhoneiras. Acreditamos que melhorar a vida deles, por meio da geração de renda e melhoria no trabalho, é o caminho”, afirma Jessica Trevisam Gerente de Responsabilidade Social do Instituto CCR.

“O curso foi pensado para garantir mobilidade aos inscritos. Afinal, para quem está na estrada, é fundamental esse tipo de amparo. O conteúdo trará linguagem simples e agradável, para evoluir durante as viagens e horas de espera que marcam a rotina desta profissão”, explica Luis Coelho, administrador e sócio-fundador da Empreende Aí, escola especializada na formação de empreendedores populares.

INSCRIÇÕES E DETALHES

O Curso Empreendedorismo Para Caminhoneiros está aberto para homens e mulheres de todo Brasil. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas até 04/05/22 através da página oficial do projeto: https://empreendeai.com.br/institutoccr-caminhoneiros-ii/

Fonte: CCR.

Vídeo apresenta o novo projeto do túnel que ligará Santos a Guarujá

Grande parte da população já ouviu falar muito do túnel imerso entre Santos e Guarujá, mas muita gente ainda não conhece os detalhes do projeto. Por isso, a campanha Vou de Túnel criou um vídeo que mostra, através da computação gráfica, o modelo de representação do projeto. Nessa nova etapa, o projeto passa por revisões para aprimorar ainda mais a sua eficiência e segurança aos usuários. O público pode visualizar a obra, sua dimensão e vantagens.

Santos e Guarujá são cidades vizinhas, mas quem transita entre elas pode enfrentar cerca de 50 minutos em uma viagem que deveria ser mais simples e rápida. Há relatos de passageiros que esperam até duas horas em filas aguardando a balsa ou a travessia por barcas que, na maioria das vezes, estão superlotadas. Esse trajeto poderá durar menos de 5 minutos com o túnel Santos-Guarujá, a forma mais rápida, eficiente, econômica e moderna de conectar duas cidades que nasceram uma para outra.

No decorrer da nova etapa dos estudos sobre o túnel, o projeto foi aprimorado e definiu um novo traçado. Com isso, diminuiu-se a necessidade de desapropriação e reassentamento, que já era muito menor, comparada às outras propostas de ligação seca entre as duas cidades. A obra do túnel propõe uma transformação urbana que, ao mesmo tempo, preserva, moderniza e valoriza a paisagem da região, incentivando práticas de esportes em áreas anteriormente degradadas, gerando qualidade de vida para toda a comunidade no entorno.

Mais de 40 mil pessoas serão beneficiadas todos os dias pelo túnel imerso entre Santos e Guarujá. O deslocamento entre as duas cidades será facilitado por três pistas para veículos de passeio e de carga. Haverá também ciclovia e passagem para pedestre, além de capacidade para receber o VLT. Um sistema completo de mobilidade urbana que vai aumentar a oferta de transportes da Baixada Santista.

A obra vai trazer pela primeira vez ao Brasil uma tecnologia inovadora que já é amplamente utilizada em várias partes do mundo. O túnel imerso vai agregar um extraordinário valor às operações portuárias, principal geradora de riquezas da região. A construção será feita com a escavação e aplicação de módulos de concreto no subsolo, de forma a não haver interferência na profundidade do leito do canal. Dessa forma, o túnel não limitará a navegação de grandes navios e nem cria obstáculos para expansão do Porto.

A nova versão do projeto permite a viabilização da obra com o melhor custo-benefício para a ligação entre as duas cidades. Confira no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=9-GdvIBu4dU&t=3s

Fonte: Vou de Túnel.

ANTT atualiza valor para pagamento do tempo adicional de carga e descarga

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) atualizou o valor para pagamento do tempo adicional de carga e descarga ao transportador. O valor passa a ser de R$ 2,12, de acordo com correção feita pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado no período de abril de 2021 a março de 2022, de 11,73%.

Conforme determina a lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007, o prazo máximo para carga e descarga do veículo de transporte rodoviário de cargas é de cinco horas, contados da chegada do veículo ao endereço de destino, após o qual este valor será devido ao Transportador Autônomo de Carga (TAC) ou à Empresa de Transporte Rodoviário de Cargas (ETC), por tonelada/hora ou fração.

Fonte: ANTT.

Artigo: Portaria interministerial flexibiliza o uso de máscaras no ambiente de trabalho

O uso de máscaras passou a ser essencial em razão da pandemia da Covid-19, sendo um dos meios eficazes de controlar e mitigar os riscos de contágio e transmissão do coronavírus.

A sua utilização passou a ser obrigatória em todos os ambientes, através de normas legais municipais, estaduais e também federais, inclusive através de portarias interministeriais do Ministério da Saúde e Ministério do Trabalho e Previdência, no que pertine ao ambiente de trabalho.

A Lei 13.979/20, que trata das medidas para enfrentamento da pandemia da Covid-19, em seu artigo 3º, inciso III-A, dispõe que as autoridades poderão adotar, no âmbito de suas competências, entre outras medidas, o uso obrigatório de máscara individual.

As Portarias Conjuntas ME/MS 20/20 e Interministerial MTP/MS 14/22, dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Previdência, estabelecem medidas a serem observadas pelas organizações públicas e privadas visando à prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 nos ambientes de trabalho, inclusive sobre a necessidade de orientação aos trabalhadores sobre o uso, higienização, descarte e substituição das máscaras e fornecimento aos trabalhadores considerados como grupo de risco, máscaras cirúrgicas ou máscaras do tipo PFF2 (N95) ou equivalentes, quando não adotado o teletrabalho ou trabalho remoto.

Com a diminuição dos casos de contágio e transmissão do coronavírus houve uma flexibilização em relação ao uso de máscaras, sendo certo que vários municípios e estados publicaram recentemente decretos dispensando o uso de máscaras ou cobertura facial.

No Estado de São Paulo e no Município de São Paulo, por exemplo, foram publicados os Decretos 66.575 e 61.149, respectivamente, ambos de 17/03/2022, dispensando o uso de máscaras, exceto nos serviços de saúde, meios de transporte, áreas de acesso, embarque e desembarque de transporte público.

Com a publicação destes decretos surgiram dúvidas sobre a necessidade de as empresas continuarem a exigir o uso de máscaras pelos seus colaboradores no ambiente de trabalho, em função das Portarias Conjuntas 20/20 e interministerial 14/22.

Em 04/04/2022 foi publicada a Portaria Interministerial MTP/MS 17, de 22/03/2022, que altera o Anexo I da Portaria Conjunta ME/MS 20/20 e revoga a Portaria Interministerial MTP/MS 14, de 20/01/2022, reproduzindo a maior parte das medidas de prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão do coronavírus em ambientes de trabalho previstas na portaria revogada.

Uma das novidades está contida no item 2.5.3 que dispõe não ser obrigatório o afastamento das atividades laborais presenciais dos trabalhadores considerados contatantes próximos de casos confirmados de Covid-19 que estejam com vacinação completa, de acordo com o esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde.

O item 8.2.4 da Portaria Interministerial MTP/MS 17/22 estabelece que ficam dispensados o uso e o fornecimento das máscaras cirúrgicas ou de tecido nas unidades laborativas em que, por decisão do ente federativo em que estiverem situadas, não for obrigatório o uso das mesmas em ambientes fechados.

Fica mantida a regra de que para os trabalhadores com 60 anos ou mais ou que apresentem condições clínicas de risco para desenvolvimento de complicações da Covid-19, devem ser fornecidas máscaras cirúrgicas ou máscaras do tipo PFF2 (N95) ou equivalentes, quando não adotado teletrabalho ou em trabalho remoto (item 7.1).

De acordo com o item 8.2, as máscaras cirúrgicas ou de tecido devem ser fornecidas para todos os trabalhadores e seu uso exigido em ambientes compartilhados ou naqueles em que haja contato com outros trabalhadores ou público quando o nível de alerta de saúde na unidade da federação estiver nos níveis 3 ou 4 na semana antecedente, segundo a publicação “Avaliação de Risco no Cenário da Covid-19.”

Recomenda-se que as empresas observem as medidas previstas na Portaria Interministerial 17/22 que, embora tenha flexibilizado o uso de máscaras no ambiente de trabalho, traz uma série de  medidas que devem continuar sendo adotadas para prevenir, controlar e mitigar os riscos de transmissão do coronavírus.

Fonte: Narciso Figueirôa Junior – Assessor Jurídico da FETCESP.