Demissão humanizada: existe isso?

Faz algum tempo que viralizou nas redes sociais uma publicação de uma pessoa que dizia ter sido demitida e a foto com o recebimento de uma cesta de bombons, um cartão e alguns balões. Ela afirmava em sua postagem estar agradecida porque seu desligamento tinha sido uma demissão humanizada. Quem via a imagem sem ler o texto, associaria facilmente a votos de parabéns ou feliz aniversário.

O post teve inúmeros comentários, algumas pessoas compreensivas e outras avessas a situação que em tons de crítica, comentavam que balões e chocolates não amenizam a perda do emprego.

“Acho que nenhuma demissão é humanizada. Desligar um funcionário por uma razão, qualquer que seja, nunca é confortável”, comenta Marcelo Patrus, CEO da Patrus Transportes, acrescentando que demissões são inevitáveis e ocorrem dentro de uma empresa de transporte por vários motivos como por exemplo, a queda da quantidade de cargas.

O fator humanizado, do caso postado nas redes, foi muito caracterizado pelos presentes recebidos, o que realmente, segundo os especialistas, não aplaca o ocorrido. Eles dizem também que não há maneira certa para desligar alguém, já que cada situação varia de caso a caso. No entanto, existe sim um jeito melhor, capaz de amenizar os impactos. E, para isso, ao invés de mimos, os princípios básicos a serem aplicados são a transparência e a empatia.

Marcelo concorda que esses dois fatores são fundamentais. Para ele, se tem que demitir alguém, é preciso fazer norteado pelo respeito, e nisso algumas regras implantadas em sua empresa já ajudam. “Aqui na Patrus Transportes, um dos critérios é não desligar nenhum colaborador as sextas-feiras”, conta.

Ele explica que se você demite na sexta-feira, provavelmente isso afetará o fim de semana inteiro do colaborador, consternando-o em um período geralmente destinado ao lazer e ao tempo com a família. Fora isso, compromete a chance de ele ir atrás de outras oportunidades de imediato, já que sábados e domingos estão fora do horário comercial. O mesmo vale na Patrus para as vésperas de feriados.

Outra coisa é quanto ao período que precede as férias ou no retornar dela. “Muitas empresas colocam as pessoas em férias para demiti-la quando voltar. Aqui não fazemos isso. Se tiver que demitir, fazemos em outros momentos. A empresa terá que pagar o período de férias do mesmo jeito”, diz.

Além disso, o CEO fala ainda que ao desligar qualquer pessoa na Patrus, o gestor e o líder precisam explicar o motivo da demissão com muita franqueza. “Estou demitindo, porque daqui em diante seremos assim, ou eu não gostei disso e aquilo”, exemplifica ele.

Entre relatos comuns de pessoas demitidas, muitas se queixam exatamente da falta de transparência. Sem os devidos esclarecimentos do real motivo da demissão, eles se perguntam onde erraram, sem nenhum feedback que os permitam se aperfeiçoar para futuras oportunidades.

Há casos de cisões e fusões nas organizações, em que os gestores garantem que nada vai mudar e depois vem as demissões em massas. Quando os cortes não ocorrem em um único dia, a tensão toma conta do clima da organização, e os colaboradores acabam executando as tarefas sob pressão com mais chance de errar.

Também ao final do encerramento do contrato de um colaborador da Patrus, ele passa por uma entrevista de desligamento. “A pessoa que foi demitida tem que ter a oportunidade de dizer como se sentiu”, afirma o CEO. Na transportadora, o gestor responsável pela contratação é o mesmo responsável pelo desligamento.

“As pessoas precisam estar felizes, e para isso precisam ser ouvidas. Na Patrus, antes do desligamento, o líder deve ouvir seus liderados e dar os seus feedbacks. Não existe líder feliz se o seu liderado está infeliz”, afirma Marcelo.

E ele tem razão, o bom clima de trabalho é fundamental em qualquer organização. De acordo com um estudo da Gallup, empresa de pesquisa americana, funcionários felizes têm 50% menos acidentes laborais. Já uma pesquisa da Harvard Business Review revelou que colaboradores satisfeitos são 31% mais produtivos e 85% mais eficientes.

No transporte, o bem-estar do colaborador pode significar um número menor de acidentes de trânsito, baixos índices de extravio de mercadorias e também de rotatividade de pessoal, o temido turnover, que é um dos fatores de prejuízos nas empresas.

“As pessoas são o maior ativo de uma empresa. Ser humanizado no trato com os colaboradores é uma cultura. O zelo com o ser humano não é algo da boca para fora, precisa ser na prática, no dia a dia”, conclui Marcelo.

Não há segredo, só empatia para fazer com que aquele desligamento traga uma experiência emocional menos impactante possível para colaboradores e gestores, que não haja traumas e fique apenas as boas lembranças, para ambos os lados, de um ciclo que chegou ao fim.

Fica a dica!

8 ações que empresas podem fazer para diminuir os impactos de uma demissão

– Prepare com antecedência o gestor responsável por demitir alguém.

– O recomendado é que o líder direto ou, no caso de empresas pequenas, o próprio dono da empresa comunique a decisão com o apoio do RH.

– Converse com o funcionário individualmente em um ambiente privado.

– Prefira fazer isso presencialmente. Apesar disso, em caso de trabalho remoto uma reunião online pode ser feita.

– Explique os motivos reais do desligamento do funcionário.

– Evite certos tipos de comentários, como por exemplo dizer a frase “isso vai ser bom para você”, pode soar como hipocrisia.

– Faça a entrevista de desligamento. Mesmo encerrando o vínculo com a empresa o ex-colaborador entenderá que a empresa valoriza a opinião dele.

– Se possível, auxilie a pessoa demitida com uma recolocação no mercado de trabalho.

Fonte: Revista Setcesp.

Porto de Santos recebe 1° Congresso Nacional Integra Portos (CNIT)

O Porto de Santos recebe, entre os dias 22 e 24 de novembro de 2023, o Congresso Nacional Integra Portos (CNIT), com o tema principal “O futuro do trabalho portuário – Oportunidades e Desafios”. A organização do evento está buscando parceiros para patrocinar o evento.

É uma oportunidade para unir a marca no apoio à modernização dos portos brasileiros e à qualificação da mão de obra. Além da exposição de sua marca em um ambiente altamente relevante, os patrocinadores terão a oportunidade de se envolver com o evento de maneira mais significativa, incluindo a possibilidade de nomear uma sala de aula temática.

O CNIT será um evento um evento multipropósito de promoção da logística, reunindo profissionais e pesquisadores do setor. A organização do evento é da Fundação Centro de Excelência Portuária de Santos (Cenep).

Para obter informações detalhadas sobre oportunidades de patrocínio e apoio, entre em contato pelo e-mail cnit@cenepsantos.com.br ou site: www.congressocnit.com.br

Sobre o CNIT

O CNIT é um evento focado na integração e transmissão de conhecimento sobre assuntos portuários, convidando ativamente a comunidade portuária e acadêmica a debater o futuro deste setor vital para a economia brasileira. Seus principais objetivos são:
• Promover a integração da comunidade portuária e acadêmica;
• Propagar informações e conhecimentos em benefício dos operadores portuários, trabalhadores e pesquisadores;
• Elevar a relação e a cooperação entre os portos brasileiros.

O CNIT ocorrerá em um formato híbrido que inclui atividades presenciais e apresentações remotas. Isso permite a participação de profissionais e pesquisadores de todo o Brasil. As atividades presenciais ocorrerão em instituições de ensino apoiadoras do evento, e contará com visitas guiadas pela cidade e porto de Santos.

Durante o CNIT, estão previstas uma série de atividades, incluindo apresentação de trabalhos de pesquisa de diversas instituições de ensino superior do Brasil, palestras com profissionais do setor de economia e gestão, logística, comércio exterior, portos e áreas afins; visitas técnicas, workshops e minicursos.

Fonte: APS.

Porto de Santos sobe uma posição no ranking mundial de portos

O Porto de Santos subiu uma posição no ranking mundial de portos que movimentam contêineres, saindo do 41º lugar em 2021 para o 40º em 2022. O resultado confirma Santos como o principal porto do hemisfério sul e o 2º da América Latina, sendo superado apenas pelo Porto de Colón, na margem atlântica do Canal do Panamá.

O ranking é elaborado anualmente pela revista especializada britânica Lloyd’s List, utilizando os dados de movimentação física dos portos. Em relação a 2021, Santos trocou de lugar com o Porto de Al Jedah, na Arabia Saudita, que passou a ocupar o 41º lugar. De acordo com a revista, a vantagem santista se deveu ao crescimento de 3,2% no ano, maior que o do porto saudita (1,6%). O total em Santos em 2022 foi de 4,98 milhões de TEUs, enquanto naquele porto do Oriente Médio foi de 4,96 milhões. Como comparação, o resultado árabe em 2021 foi de 4,88 milhões contra 4,83 milhões no complexo santista.

Confira os 10 primeiros colocados e a posição do Porto de Santos:

Posição País Porto Movimentação (em milhões de TEUs)
China Xangai 47,30
Cingapura Cingapura 37,29
China Ningbo-Zhoushan 33,35
China Shenzen 30,04
China Qingdao 25,67
China Guangzhou 24,86
Coréia do Sul Busan 22,08
China Tianjin 21,02
China Hong Kong 16,69
10° Países Baixos (Holanda) Roterdã 14,46
40°  Brasil  Santos  4,99 

Nas Américas, Santos é o 6º maior:

Posição País Porto Movimentação (em milhões de TEUs)
Estados Unidos Los Angeles 9,91
Estados Unidos Nova York/Nova Jersey 9,49
Estados Unidos Long Beach 9,13
Estados Unidos Savannah 5,89
Panamá Colón 5,10
6°  Brasil  Santos   4,99 
Estados Unidos Houston 3,98
Estados Unidos Virginia 3,70
Canadá Vancouver 3,56
10° México Manzanillo 3,47

Fonte: APS.

Projeto define não haver periculosidade em veículos com tanque de combustível de 200 litros

O entendimento atual do Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem definido que as empresas precisam pagar um ‘adicional de periculosidade’ para o motorista porque o veículo que dirige tem um tanque de combustível com capacidade acima de 200 litros.

Atualmente, os veículos comerciais saem de fábrica com tanques de combustível com capacidade que pode facilmente passar de 300 litros. Essa quantidade é suficiente para levar, por exemplo, cargas de Brasília a Belo Horizonte sem ter que parar para abastecer no meio do caminho.

A Justiça Trabalhista entende que, em função de o tanque ter essa capacidade (acima de 200 litros), a atividade se enquadra na modalidade de ‘transporte de produtos inflamáveis’ e, portanto, o motorista faz jus a um adicional de periculosidade de 30% sobre o salário que recebe. A alternativa seria o veículo ter um tanque menor e, no meio do caminho, o veículo reabastecer.

A Norma Regulamentadora 16 (NR 16), do Ministério do Trabalho e Emprego, trata das ‘atividades e operações perigosas’. Ela estabelece quais operações de transporte de inflamáveis líquidos são consideradas em tais condições. No item 16.6.1, a NR esclarece que “as quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, não serão consideradas” para efeito da norma. Outro item (o 16.6.1.1) deixa ainda mais claro que o adicional não se aplica “às quantidades de inflamáveis contidas nos tanques de combustível originais de fábrica e suplementares, certificados pelo órgão competente”.

A Justiça do Trabalho, porém, não tem seguido o que prevê a norma. No Recurso de Revista (RR – 21354-65.2016.5.04.0202), tendo como relatora a ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, a 4ª Turma do TST entendeu que “não se aplica a exceção descrita no subitem 16.6.1 da NR 16, na medida em que o motorista que conduz veículo com capacidade volumétrica dos tanques superior a 200 litros está submetido à situação de risco, equiparando-se a atividade ao transporte de inflamáveis”.

Para mudar esse entendimento do Judiciário, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) atua para a aprovação do PL 1.949/2021. A matéria — já apreciada pela Câmara dos Deputados — define que não são consideradas atividades ou operações perigosas aquelas em que houver “quantidades de inflamáveis contidas nos tanques de combustíveis originais de fábrica e suplementares, para consumo próprio dos veículos”.

O entendimento da CNT, afinal, é que não se pode confundir o transporte de material inflamável – quando um caminhão transporta combustível da distribuidora até o posto, por exemplo – com o uso do combustível para consumo do próprio veículo, como no caso dos ônibus rodoviários.

O projeto de lei, de autoria do ex-deputado federal Celso Maldaner (MDB/SC), será analisado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal. O parecer do relator, senador Carlos Viana (Podemos-MG), é pela aprovação da matéria. Antes de ela ser votada na Comissão, será a realizada audiência pública com especialistas, a pedido da senadora Augusta Brito (PT-CE).

Para o presidente da CNT, Vander Costa, a aprovação do projeto de lei trará maior tranquilidade para o setor de transporte no Brasil.

“Por entender que haverá maior segurança jurídica para as transportadoras, a CNT se posiciona a favor da aprovação do PL nº 1.949/2021, que diferencia, de forma explícita, a atividade que transporta combustível da atividade que usa o combustível para transportar pessoas e produtos. Temos acompanhado de perto a tramitação desse projeto de grande interesse das empresas do setor que, para continuarem a renovar as suas frotas e a definir as suas estratégias de atuação, precisam tomar decisões baseadas na previsibilidade dos cenários”, afirma.

Fonte: NTC&Logística

 

Nova lei permite que partes se retirem de audiência trabalhista em caso de atraso

Foi publicada, na última quinta-feira (24/8), a Lei 14.657/2023, que autoriza as partes e os advogados a se retirar em caso de atraso injustificado do início de audiência na Justiça do Trabalho.

Se audiência atrasar mais de 30 minutos, partes e advogados podem se retirar

A alteração foi incluída pela lei no artigo 815 da CLT. Conforme o texto, a tolerância do atraso é de trinta minutos.

Além disso, a audiência deve ser remarcada pelo juiz ou presidente do colegiado para a data mais próxima possível. Não é permitida a aplicação de qualquer penalidade às partes.

Fonte: Fetcesp

Diesel está 10% mais caro em todo Brasil

Todas as cinco regiões brasileiras registraram aumento para os dois tipos de diesel

Dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, trazendo uma média precisa, apontaram que, após o reajuste de 25,8% no valor do diesel repassado às refinarias, válido desde o último dia 16 de agosto, o preço médio nacional do litro do combustível foi comercializado nos postos a R$ 5,76 no dia 17 de agosto, um aumento 9,71% ante o dia 15, data anterior à mudança, e de 12,72% quando comparado ao dia 10 de agosto.

De acordo com os dados do levantamento do Ticket Log, o diesel S-10, fechou no dia 17 à média de R$ 5,94 nas bombas de abastecimento do País, com um acréscimo também de 10% em relação ao dia 15 de agosto, e de 13,14%, ante o dia 10 do mesmo mês.

Segundo Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil, o litro do diesel ficou mais caro para os motoristas brasileiros e, no recorte regional, todas registraram aumento para os dois tipos de diesel. No Centro-Oeste e no Norte o preço do diesel comum fechou o último dia 17 acima de R$ 6. Já o diesel S-10 fechou acima deste valor em todas as cinco regiões brasileiras.

Fonte: NTC&Logística

Comjovem Sindisan faz reunião mensal

Para avaliar as atividades desenvolvidas no último mês e planejar ações futuras, os integrantes da Comjovem Sindisan estiveram reunidos na tarde de ontem.

As reuniões compartilhadas realizadas durante o ano e a elaboração de artigos técnicos foram debatidos.

O coordenador do grupo, Pedro Sorbello, ainda destacou eventos dos quais os integrantes da comissão irão participar, como o Conet, o XVI Encontro Nacional da Comjovem, entre outros.

Um ponto importante debatido pelos membros foi a Campanha Comjovem Salva Vidas, que visa a doação de sangue. Até o final do mês, o grupo irá fazer uma ação coletiva. Para aqueles que tiverem interesse em colaborar, basta ir a qualquer banco de sangue da Baixada Santista e enviar o comprovante para comjovem@sindisan.com.br

Objetivo

A Comissão de Jovens Empresários e Executivos (Comjovem) visa a formação de novas lideranças para o TRC. O grupo, coordenado pela NTC&Logística, faz encontros mensai com o objetivo de fomenatr a capacitação e a troca de experiências.

Empresas interessadas em indicar representantes para que façam parte da iniciativa podem entrar em contato pelo e-mail comjovem@sindisan.com.br

Fonte: Sindisan.

Novo PAC deve triplicar investimentos em infraestrutura

O governo federal vai lançar na próxima sexta-feira (11) a terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com o desafio de focar em obras de infraestrutura que promovam a sustentabilidade, o Novo PAC deve prever investimentos públicos federais de R$ 240 bilhões para os próximos quatro anos em áreas como transportes, energia, infraestrutura urbana, inclusão digital, infraestrutura social inclusiva e água para todos. Outras áreas como defesa, educação, ciência e tecnologia também devem estar incluídas no novo programa.

A implementação do PAC deverá triplicar os investimentos públicos federais em infraestrutura nos próximos anos. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o valor investido por ano no setor pelo governo federal deverá saltar dos atuais R$ 20 bilhões para R$ 60 bilhões.

“É claro que a gente torce para que isso aconteça. Mas triplicar o valor que a gente dispõe atualmente não será tão fácil assim”, avalia Carlos Eduardo Lima Jorge, presidente da Comissão de Infraestrutura da CBIC.

Segundo ele, a retomada dos investimentos públicos e a previsão da inclusão de empreendimentos de menor porte no PAC estão animando o setor de infraestrutura do Brasil.

Além dos recursos do orçamento da União, o novo PAC contará com recursos das estatais, financiamento dos bancos públicos e do setor privado, por meio de concessões e parcerias público-privadas. A previsão é que o total investido chegue a R$ 1 trilhão em quatro anos, incluindo os investimentos da Petrobras.

A primeira etapa do PAC será composta por empreendimentos propostos pelos ministérios e pelos governadores. Uma segunda etapa iniciará em setembro, com uma seleção pública para estados e municípios.

Os principais objetivos do novo PAC são incrementar os investimentos, garantir a infraestrutura econômica, social e urbana, melhorar a competitividade e gerar emprego de qualidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o PAC será uma nova política de desenvolvimento de investimento em obras de infraestrutura e desenvolvimento industrial.

“Vai ser um grande programa de investimento e, combinado com a política de inclusão que já colocamos em prática, acho que vamos voltar a surpreender os analistas econômicos do FMI [Fundo Monetário Internacional], que vão se enganar todas as vezes que nivelaram por baixo as perspectivas de crescimento econômico do Brasil”, disse o presidente Lula, em conversa com correspondentes estrangeiros na última semana.

A cerimônia de lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está marcada para a próxima sexta-feira (11), às 10h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Histórico

A primeira versão do PAC foi anunciada pelo presidente Lula em janeiro de 2007, com o objetivo de superar os gargalos de infraestrutura do país. Primeiramente, o programa previu investimentos de R$ 503,9 bilhões em ações de infraestrutura nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos, entre 2007 e 2010.

Uma segunda etapa do programa, o PAC 2, foi anunciada em 2011 pela então presidenta Dilma Rousseff, com investimentos previstos em R$ 708 bilhões em ações de infraestrutura social e urbana.

Desafios

Um dos principais desafios do novo PAC será evitar os mesmos erros das edições anteriores, que resultaram em descontinuidade e paralisação de obras.

“As experiências do passado têm que ser levadas em conta agora. Por exemplo, na assinatura de convênios com prefeituras, a gente espera que as regras estejam bem definidas, que haja uma projeção para frente, quais serão as contrapartidas dos municípios. Há uma grande preocupação de aproveitar o que deu certo e o que deu errado no passado para não repetir o erro, a expectativa toda é essa”, diz o representante da CBIC.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que, no final de 2022, o país tinha mais de 8,6 mil obras paralisadas, o que representa cerca de 38,5% dos contratos pagos com recursos da União. Segundo o TCU, o mau planejamento dos empreendimentos é o principal fator de paralisação das obras.

Social e sustentabilidade

Além de incluir investimentos em áreas como transporte, infraestrutura e saneamento básico, o PAC terá como novidade o incentivo a projetos de geração de energia limpa. “Vamos anunciar muitos investimentos na questão energética, na energia eólica, solar, biodiesel, etanol, hidrogênio verde, e tudo isso vamos fazer na perspectiva de produzir energia mais barata para o povo brasileiro”, explica o presidente Lula.

O PAC prevê uma transição ecológica, com incentivos ao uso de combustíveis de baixa emissão de carbono, o uso de materiais sustentáveis no setor de construção civil, incentivo para a gestão de resíduos e logística sustentável.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, aponta o novo PAC como a grande oportunidade de o Brasil receber investimentos internacionais, promovendo obras alicerçadas na sustentabilidade ambiental.

“O Brasil quer voltar a crescer, promover inclusão social, tendo como pilar central a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente”, afirmou Rui Costa.

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o novo Programa de Aceleração do Crescimento será um “PAC verde” e vai representar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável no país.

“Precisamos destravar o investimento público com responsabilidade fiscal, no âmbito do novo marco fiscal que vai ser aprovado nas próximas semanas pela Câmara dos Deputados em caráter terminativo. Isso repactua as relações federativas de maneira que presidente da república, governadores e prefeitos se tornam parceiros para que a gente alcance os objetivos de gerar emprego e renda e terminar mais de 14 mil obras paradas que estão sendo retomadas, como escolas, creches, postos de saúde e hospitais. Isso sem falar em toda a infraestrutura do país que ficou muito prejudicada por falta de investimentos.”

A CBIC também aposta que o novo PAC deverá ter um viés social mais forte que os dois anteriores, especialmente porque a escolha dos projetos contou com a participação de governadores e prefeitos. “Acho que boa parte delas é relacionada à mobilidade urbana, que é muito deficiente ainda no país, mas deverá ter muita coisa em infraestrutura social”, diz Jorge.

Gestão de riscos

Os projetos de infraestrutura que serão incluídos no PAC devem vir acompanhados de instrumentos de gestão de riscos e impactos sociais e ambientais a longo prazo, avalia o Instituto Socioambiental (ISA).

“Estamos aguardando o lançamento e também o que vai acompanhar esse lançamento. Qual será o acompanhamento e a gestão de risco e de impactos que o governo vai realizar para acompanhar esses empreendimentos?”, questiona a economista e assessora do ISA, Mariel Nakane.

A entidade não governamental elaborou uma nota técnica com um conjunto de critérios para a análise e classificação de empreendimentos de infraestrutura do governo, que foi encaminhado à Casa Civil e a outros ministérios setoriais envolvidos na elaboração do PAC.  Segundo o estudo, também assinado pelo Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Ibraop), Transparência Internacional – Brasil, Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) e GT Infraestrutura e Justiça Socioambiental, o planejamento das obras deve evitar intervenções que levem ao desperdício de recursos públicos, práticas ilegais e atividades que causem danos socioambientais, inclusive desmatamento e violações dos direitos de comunidades locais.

Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), as obras previstas no PAC não podem deixar de lado os direitos das populações que vivem nos locais dos empreendimentos.

“Consideramos que o crescimento econômico é importante, as grandes obras também. Mas é preciso dar um salto de qualidade nesse sentido, isso não pode servir para legitimar direitos de populações e comunidades. O desenvolvimento econômico, a soberania nacional e o interesse público não são contraditórios com o reconhecimento e a garantia dos direitos da população que vivem nos territórios em que os impactos são os mais graves”, diz Robson Formica, membro da Coordenação Nacional do MAB.

Fone: Agência Brasil.

Resultado de junho confirma quebra de recorde de cargas no Porto de Santos

O Porto de Santos registrou recorde na movimentação de cargas do 1º semestre do ano, com 81 milhões de toneladas. Estatisticamente, o resultado é praticamente o mesmo de 2022.

No mês, confirmou-se a marca de 15,6 milhões de toneladas, resultado que ultrapassou o mesmo mês do ano passado em 10,3%, quando o número foi de 14,1 milhões de toneladas. As operações de embarque somaram cerca de 12 milhões de toneladas e as de desembarque 3,6 milhões.

O resultado do mês de junho foi amplamente impactado pelo complexo soja (grãos e farelos), que registrou crescimento de 34,8% em relação ao mesmo mês de 2022. Foram 5,8 milhões de toneladas, cerca de 1/3 do total geral. O açúcar também registrou alta expressiva, de 17,8% em relação a junho de 2022, com 2,4 milhões de toneladas embarcadas.

No semestre, a alta da soja (grãos e farelo) foi de 10,4% em relação ao ano passado: 29 milhões de toneladas (contra 26,3 em 2022). Açúcar foi o segundo produto na lista, com 8,1 milhões de toneladas (aumento de 4,8% sobre 2022). O terceiro produto de maior movimentação foi o adubo, embora com queda de 9,1% em relação a 2022: foram 3,7 milhões de toneladas entre janeiro e junho de 2023, enquanto no ano passado foram 4,1 milhões.

A movimentação de contêineres foi menor no 1º semestre, comparado a 2022: 1,33 milhão de TEU ante 1,41 milhão no ano anterior. O fluxo de navios aumentos 4,7%: foram 2.662 atracações, enquanto no ano passado – de janeiro a junho – foram 2.543.

Fonte: APS.