Contran autoriza circulação de porta-contêineres de até 53 pés

Para aumentar a eficiência logística, com redução de custos no transporte, principalmente de cargas leves, o Contran publicou a Resolução nº 812, de 15 de dezembro de 2020. O texto da resolução passa a autorizar a circulação de carretas para o transporte de contêineres com até 53 pés de comprimento.
Atualmente, a maioria dos contêineres transportados tem 20 ou 40 pés, 6,096 ou 12,192 metros, respectivamente. O contêiner de 53 pés tem 16,154 metros de comprimento, e precisará ser transportado em carreta especialmente fabricada ou adaptada para esse tipo de transporte.
Todo implemento, para estar apto a transportar contêineres nessa medida terão que apresentar Certificado de Garantia emitido por Organismo de Certificação de Produto que seja acreditado pelo Inmetro, para emissão do Certificado de Registro de Veículo (CRV) e o Certificado de Licenciamento Anual.
No chassi, também terá que ser fixada plaqueta ou selo de Identificação de Certificação do Fabricante ou Adaptador acreditado pelo Inmetro.
O transporte de contêineres em conjuntos que tem comprimento total de até 21 metros, com altura total entre 4,4 metros e 4,6 metros estará dispensado de Autorização Especial de Trânsito (AET). Se a altura ultrapassar 4,6 metros, ou o comprimento for superior aos 21 metros, o documento será exigido.
Esses veículos só poderão circular do nascer ao pôr-do-sol, com velocidade máxima limitada aos 80 km/h. No horário noturno, o trânsito será permitido em rodovias duplicadas, que tenham elementos separadores entre as vias, como canteiros ou muretas.
Caso seja necessário, o transportador poderá solicitar autorização para circulação em horário noturno nas rodovias de pista simples, mas cada caso será analisado pela autoridade competente.
Esses conjuntos, com medidas acima dos 18,6 metros, só será autorizado a transportar contêineres de 53 pés ou circular vazio
O transportador poderá ser multado e até ter o veículo retido, se for flagrado:
– transportando o contêiner de 53 pés em implementos que não seja próprio para o transporte;
– caso os dispositivos de fixação estejam inoperantes ou ausentes, com folgas;
– quando existirem as adaptações para o transporte de contêiner, porém a carroceria constante no campo específico do CRLV não for a específica para esse tipo de transporte;
– se não houver a plaqueta de Identificação de Certificação do Fabricante ou adaptador da carreta; e
– caso seja flagrada composição para transporte de contêiner de 53 pés transportando contêineres de outras medidas.
O transportador também poderá ser multado caso infrinja outros artigos do Código de Trânsito Brasileiro, e também poderá ser responsabilizado pelos danos que o veículo possa causar às estradas, sinalização ou a terceiros.
A Resolução nº 812, de 15 de dezembro de 2020, entra em vigor em 4 de janeiro de 2021.

Confira a íntegra:

https://sindisan.com.br/wp-content/uploads/2020/12/Resolucao_CONTRAN_812_2020_Transporte_Conteiners.pdf

Fonte: Blog do Caminhoneiro.

Nada de 40 pontos: 3 infrações que derrubam novo limite e suspendem CNH

Aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, a nova lei de trânsito entra em vigor em meados de abril trazendo, dentre outras novidades, o limite de 40 pontos para suspender a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Dobrar a pontuação atualmente em vigor fazia parte da proposta original apresentada pela Presidência da República, que deu origem à Lei 14.071/2020.
No entanto, o desejo de Bolsonaro foi parcialmente atendido pelos parlamentares. Em vez de liberar os 40 pontos de forma indiscriminada, a flexibilidade vai seguir uma escala: 40 pontos apenas para condutores sem nenhuma infração gravíssima nos 12 meses anteriores; 30 pontos para aqueles que tiverem apenas uma infração gravíssima no prontuário durante o mesmo período; e 20 pontos para motoristas com duas ou mais infrações gravíssimas.
Hoje, a carteira de motorista é suspensa com 20 pontos, independentemente da natureza da infração. Portanto, quando a nova lei de trânsito entrar em vigor, quem for atuado por três infrações gravíssimas no período de um ano terá a carteira suspensa, como acontece atualmente. Como são sete pontos de penalidade para cada infração, além de multa no valor de R$ 293,47, vai atingir 21. Marco Fabrício Vieira, conselheiro do Cetran-SP (Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo) e autor do livro “Gestão Municipal de Trânsito”, destaca alguns exemplos de infrações gravíssimas, que são mais comuns do que você pode imaginar.
“Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória, dirigir o veículo segurando ou manuseando telefone celular e transitar com o veículo em acostamento são práticas corriqueiras no trânsito, tipificadas como infrações gravíssimas”, diz o especialista. Para Vieira, ainda que seja limitada, a alteração no limite de pontuação “põe em xeque” a tarefa dos órgãos e entidades executivos de trânsito de redução do índice de acidentes com vítima no País. “Em vez de ampliar o limite de pontuação atual, os legisladores deveriam ter revisado a natureza de infrações que não oferecem prejuízo à segurança ou fluidez do trânsito, como as meramente administrativas, suprimindo ou diminuindo a respectiva pontuação. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de 30 dias ou deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor são exemplos de infrações cuja gravidade poderia ser revista”…. – Confira a íntegra em: https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2020/12/22/nada-de-40-pontos-3-infracoes-que-derrubam-novo-limite-e-suspendem-cnh.htm

 

MInfra entrega 10 quilômetros de pista restaurada na BR-472/RS

O Ministério da Infraestrutura, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), entregou nesta semana os primeiros 10 quilômetros de pista restaurada da BR-472/RS, no município de Itaqui entre o km 509 e o km 519. As equipes da autarquia iniciaram os serviços de recuperação em junho deste ano. A rodovia tem importância fundamental para a economia gaúcha, em especial para o escoamento da produção nacional.
Os serviços fazem parte do contrato de restauração e manutenção (Crema) que prevê a recuperação de mais 106 quilômetros, entre o km 404 e o km 510 da rodovia, que devem ser concluídos até meados de 2022.
Outras entregas – Na última quinta-feira (10), o Governo Federal entregou o eixo principal da Nova Ponte do Guaíba, em Porto Alegre, uma das obras mais significativas para a logística gaúcha. Com estimativa de receber cerca de 50 mil veículos por dia, a nova Ponte do Guaíba vai melhorar a ligação da Capital com o Porto do Rio Grande e o fluxo interno da cidade.
Juntamente com a duplicação da BR-116/RS (entre Guaíba e Pelotas), que nesta mesma data tem mais 27,1 quilômetros de novas pistas liberados ao tráfego, vai ampliar e tornar mais eficiente o escoamento da produção nacional para os países do Mercosul. Fonte: Minfra.

Obras de drenagem avançam na Zona Noroeste de Santos

A tubulação da rede de esgoto que interfere na implantação de um novo trecho de galeria subterrânea na Rua Haroldo de Camargo, no Castelo, está sendo remanejada.
Os trabalhos são realizados entre as ruas Antonio Alves Arantes e Caminho da Divisa, pela TMK Engenharia (empresa vencedora da licitação) com apoio da Sabesp. A nova galeria terá maior capacidade de recepção e armazenamento de águas pluviais, beneficiando essa região com a redução de alagamentos.
A supervisão é dos técnicos do Programa Nova Entrada de Santos da Prefeitura. A readequação do esgoto será concluída até o final deste mês. “É um trabalho bem complexo porque temos que montar a tubulação, fazer as caixas e a estrutura de suporte para passar com a galeria”, explicou o engenheiro, Carlos Barros, da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi). Anteriormente, a adutora de água da Sabesp – outra interferência nesse trecho – foi remanejada. Essas ações permitem a implantação das 18 aduelas (peças de concreto que formam a galeria) que medem quatro metros de largura por dois metros de altura.
REURBANIZAÇÃO
Após a conclusão das obras subterrâneas, a área passará por remodelação e reurbanização com novas calçadas, praça e ponto de ônibus, garantindo maior mobilidade. A ligação da Haroldo de Camargo com a Avenida Nossa Senhora de Fátima e a cidade de São Vicente será facilitada. A pavimentação do trecho está prevista para acontecer entre os meses de março e abril do próximo ano. “Um dos benefícios dessa obra é a reurbanização que trará mais qualidade de vida aos moradores da região, com a canalização das águas das chuvas e esgoto”, afirmou o engenheiro Barros.
Com a implantação e conexão dessa nova galeria, que antes era um trecho a céu aberto, as águas captadas por esse sistema serão canalizadas para a futura estação elevatória com comporta. “Haverá uma melhora significativa na coleta e descarte dessas águas. Vamos deixar tudo pronto para que a drenagem seja integrada à estação elevatória, que será o direcionamento definitivo das águas”.
OPERAÇÃO
Durante essa fase da obra, a TMK está auxiliando a Sabesp com os maquinários necessários para a escavação e com a mão de obra que envolve cerca de 15 funcionários. E a Sabesp é a responsável pela interligação dos sistemas de água e esgoto. “Estamos utilizando diversas máquinas específicas para esses serviços e contamos com o apoio da concessionária de água”, afirmou o arquiteto da TMK, Lucas Domingues Correa.
LIXO
O início dessa implantação de galerias se deu com a limpeza do terreno e da vala existente no local. As equipes retiraram cerca de mil metros cúbicos de lixo. Essa quantidade equivale a aproximadamente 83 caminhões basculante. “O canal estava muito assoreado com vários tipos de lixo e nos empenhamos para realizar a retirada desses detritos”, afirmou o arquiteto Correa. “Em breve, esse local estará totalmente reurbanizado e com facilidade de acesso”.
ENTRADA DE SANTOS
A obra é complementar da fase 1 da Nova Entrada de Santos e conectará a galeria já existente – do Programa Santos Novos Tempos – à estação elevatória que será construída no final da Haroldo de Camargo, próximo à divisa de São Vicente. Fonte: Prefeitura de Santos.

Cartórios já podem autenticar documentos por meio digital

Os cartórios brasileiros já podem autenticar documentos por meio eletrônico. O novo serviço possibilitará a certificação de cópias de forma online pelo site: https://cenad.e-notariado.org.br/
A novidade vem para complementar a digitalização de outros serviços que já estavam sendo prestados na plataforma de atos notoriais eletrônicos chamada e-Notoriado. Entre eles, assinaturas digitais de escrituras, procurações por videoconferência, atas notariais e testamentos, bem como separações e divórcios extrajudiciais.
Segundo o Colégio Notarial do Brasil (CNB), órgão responsável por gerir o módulo da Central Notarial de Autenticação Digital (Cenad), o novo recurso permite “a materialização e a desmaterialização” de autenticações em diferentes cartórios. Dessa forma, torna mais rápido o envio do documento certificado para pessoas ou órgãos, além de verificar de forma segura a autenticidade do arquivo digital.
A Cenad foi é o único meio nacional válido para a autenticação digital de documentos. Para tanto, será necessária a apresentação de um documento originalmente físico, junto a algum cartório de notas, para que ele seja digitalizado para, então, ser enviado para autenticação.
Segundo a presidente do CNB, Giselle Oliveira de Barros, o novo procedimento permite ao usuário trabalhar com o documento eletrônico, mas com segurança jurídica.
“Após o documento ser autenticado pela Cenad, ele pode ser enviado eletronicamente (email, whatsapp ou qualquer outra ferramenta) a órgãos públicos ou pessoas físicas e jurídicas para a concretização de negócios, tendo o mesmo valor que o documento original, físico ou digital, apresentado pelo cidadão”, informou.
Como acessar o serviço
Para acessar esse serviço, “o usuário deve solicitar a autenticação digital a um tabelionato de notas de sua preferência e enviar o documento por e-mail, caso o original seja digital. Se o documento a ser autenticado for físico, é necessário levar o impresso ao cartório para digitalização e autenticação.
Ao receber o documento por meio da plataforma, que segue as normas de territorialidade para distribuição dos serviços, o tabelião verifica a autenticidade e a integridade do documento”, informa o CNB.
A autenticação notarial gera um registro na plataforma, com dados do notário ou responsável que a tenha assinado, a data e hora da assinatura, e código de verificação. “O usuário receberá um arquivo em PDF assinado digitalmente pelo cartório. O envio do arquivo poderá ser feito por e-mail, WhatsApp ou outro meio eletrônico”, finaliza. Fonte: Agência Brasil.

Venda de implementos em 2020 empata com números de 2019

Mais um boa notícia para o setor. Apesar das dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus, que paralisou a indústria por, pelo menos, dois meses neste ano, os números das vendas de implementos rodoviários está no mesmo patamar de 2019.
De acordo com a ANFIR (ANFIR-Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), foram vendidos 108.899 implementos novos entre janeiro e novembro. No mesmo período de 2019 as vendas foram de 110.879 unidades, 1,79% a mais.
Com isso, a previsão da entidade, de que os números de 2020 seriam semelhantes aos de 2019 vem se concretizando.
“A retomada dos negócios em meio a recessão atual segue de forma gradual mas firme”, analisa Norberto Fabris, presidente da ANFIR.
A entidade também ressaltou que o agronegócio, que é responsável por 40% das vendas de implementos pesados, a construção civil, e o transporte de alimentos e remédios tem sido responsáveis pela rápida recuperação da indústria.
Os implementos pesados, do tipo reboques e semirreboques já apresentam números positivos de vendas neste ano, com crescimento de 2,64% nos 11 meses do ano. Em 2020 foram emplacadas 60.048 unidades, ante 58.505 mil registros no mesmo período de 2019.
As vendas de implementos leves, as carrocerias sobre chassis, ainda apresentam retração, com queda de 6,73% nos emplacamentos. As vendas em 2020 registram 48.851 unidades, ante 52.374 do acumulado dos 11 meses em 2019.
2021
Para a ANFIR, o ano de 2021 será de retomada dos negócios, com recuperação da economia, e consequentemente, ainda mais vendas de implementos e caminhões.
“A recessão em que nos encontramos deverá ser curta porque não é um choque desencadeado por grandes desequilíbrios. O apoio de políticas monetária e orçamentária foram e continuarão sendo decisivos para impulsionar a recuperação da economia”, completou Fabris. Fonte: Blog do Caminhoneiro.

Decisão do STF altera forma de cálculo das contribuições previdenciárias sobre Salário Maternidade

O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-maternidade. Com base nesse entendimento, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional editou um parecer em que orienta os órgãos da Administração para se adequarem. Assim, o eSocial foi ajustado no dia 1º de dezembro (Nota Técnica nº 20/2020), de forma que os cálculos efetuados pelo sistema sigam essas diretrizes, ou seja, já foram aplicados os ajustes nas remunerações enviadas a partir dessa data (inclusive para o empregador doméstico). A decisão abrange todas as contribuições patronais (previdência, RAT e “terceiros”).
Foi publicada a FAQ 4.119  sobre o tema. Fonte: Portal e-Social.

ARTESP realiza audiências públicas virtuais para primeira revisão contratual de concessão de rodovias paulistas

A ARTESP realizará audiências públicas referentes ao primeiro ciclo de revisão ordinária de contrato de concessão em rodovias paulistas, conforme publicação feita no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira, dia 1º de dezembro. A concessionária Entrevias, que administra rodovias do Centro-Oeste Paulista, será a primeira passar por esse processo, por já contemplar esse item estabelecido em contrato, assinado em junho de 2017, quando a agência estabeleceu que as novas concessões rodoviárias passarão por um ciclo de revisão a cada quatro anos.
Em razão das restrições impostas pela pandemia da COVID-19, as audiências públicas serão realizadas em ambiente virtual nos dias 16 e 17 de dezembro, sempre às 15 horas. Durante as audiências públicas, serão apresentadas as demandas por novos investimentos registrados no SISDEMANDA, sistema implantado pela própria concessionária Entrevias para recebimento de pleitos da sociedade durante os três últimos anos. Todas as contribuições foram recebidas e avaliadas dentro do escopo de revisão. Dessa forma, a primeira audiência apresentará os novos investimentos no trecho rodoviário de Marília e a segunda mostrará os novos investimentos no trecho rodoviário de Ribeirão Preto.

Etapas da Revisão Contratual
O processo será realizado em fases, que podem culminar com a revisão do plano original de investimentos, dos planos de investimentos vigentes ou elaboração de novos planos de investimentos, além dos cronogramas, plano de seguros e de garantias. Dessa forma, é possível que uma obra considerada obrigatória no plano de investimento inicial tenha sua função revista e, eventualmente, seja substituída por outra mais importante ou adequada à rodovia. Entram nessa revisão os indicadores de desempenho, que poderão ser adaptados e adequados frente às mudanças observadas no período de operação.

Durante a revisão, serão feitos levantamentos de todos os eventos que podem ter gerado eventual desequilíbrio, tanto para o concessionário como para o Estado, e estabelecidas soluções para os efeitos. “Estamos cumprindo nosso papel de regulador e fiscalizador, com foco na melhoria constante da prestação de serviço público e na satisfação do usuário. Toda adequação ou modificação será realizada sempre observando o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e as demais normas contratuais”, afirma Milton Persoli, diretor-geral da ARTESP.
Pelo grau de complexidade desse trabalho, a revisão será conduzida por uma comissão multidisciplinar composta por técnicos representantes de cada diretoria da ARTESP. O prazo para conclusão dos trabalhos e apresentação final da proposta de Revisão Ordinária é de 360 dias.
Caso sejam apurados desequilíbrios durante a revisão, a proposta é que sejam sanados por meio de compensação direta dos créditos e débitos devidamente reconhecidos dos dois lados, de modo que haja celeridade no processo e a solução seja assertiva. “É possível que a comissão proponha assinatura de Termo Aditivo que tratem de impactos econômicos. Esse é uma etapa que marca a evolução do Programa de Concessão Rodoviária e que demonstra a segurança jurídica e regulatória dos contratos tanto para o Estado como para o concessionário”, reforça Persoli.

Entrevias
Responsável pela operação, manutenção e modernização do lote Rodovias do Centro-Oeste Paulista, com um total de 570 quilômetros de vias no eixo entre Florínea, na divisa com o Paraná, e Igarapava, na divisa com Minas Gerais, a concessionária Entrevias deve realizar investimentos de R$ 3,9 bilhões na restauração de rodovias, ampliação da malha viária e implantação de tecnologias e inovações que contribuem para prestação de serviços de alta qualidade aos usuários.

Serviço
Para participar das audiências públicas, os interessados deverão seguir o regulamento publicado no site da ARTESP:
http://www.artesp.sp.gov.br/Style%20Library/extranet/transparencia/audiencias-e-consultas-publicas.aspx
Fonte: Artesp.

Transporte aquece e aumenta falta de motoristas

O aquecimento rápido do Transporte Rodoviário de Carga (TRC) e o crescente desinteresse pela profissão de caminhoneiro formam um cenário preocupante para o futuro. Vamos aos números. Primeiro os saldos de empregos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O saldo é o número de contratações menos o de demissões num determinado período. Em toda a economia brasileira, foram fechados 558 mil postos de trabalho de janeiro a setembro deste ano. Já o TRC, isoladamente, criou 28 mil novas vagas.
Agora vejam os dados do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo (Setcesp) sobre a quantidade de carteiras de habilitação (CNH) nas categorias C, D e E. O número desses documentos que caracterizam os motoristas profissionais caiu 18% no País e 28% em SP, entre 2015 e 2020.
Outra informação importante do sindicato: Há 10 anos, a maior parte dos motoristas profissionais tinha entre 40 e 50 anos de idade. Hoje, a maioria tem entre 50 e 60 anos.
Os números mostram que, enquanto a demanda por transporte rodoviário de carga sobe, a oferta de mão de obra de motoristas cai, o que causa um desequilíbrio inevitável.
Coordenador Administrativo de Manutenção da Cavalinho Transporte em Paulínia, Eliardo Locatelli conta que está muito difícil contratar profissionais do volante. “Temos 80 currículos arquivados aqui na empresa. Ligamos para todas as pessoas e só conseguimos contratar quatro”. São pelo menos 40 vagas em aberto na companhia.
A Cavalinho, que também tem foco no transporte de combustíveis, fez uma expansão recente da frota de 550 para 730 caminhões. Um agravante é que a empresa também tem a Coca-Cola como cliente e toda a movimentação de bebidas característica do fim do ano a fazer.
“As pessoas não têm interesse pela profissão como antigamente”, declara Locatelli que já foi caminhoneiro e venceu dois concursos da Scania de melhor motorista, em 2014 e 2016.
Os profissionais querem salários e condições de vida melhores nas estradas. “São vários fatores que hoje desabonam a profissão”.
Na Cavalinho, há percursos curtos, nos quais os motoristas voltam todo dia para casa, e outros mais longos, quando eles passam 21 dias fora e folgam outros 7. Dependendo da operação, os salários variam de R$ 4.500 a R$ 6 mil.
Embora considere a tecnologia como um incentivador para o profissional do volante, Locatelli admite que nem todo mundo assimila os novos recursos e sabem utilizá-los a seu favor. Cabe à transportadora, que tem frota com idade média de dois anos, treinar e incentivar seu pessoal.
Questionado se ganhou qualidade de vida ao deixar a estrada, ele responde afirmativamente. Mas deixa claro sua paixão pela profissão. “Se precisar voltar a dirigir, eu volto com muito orgulho”. Se incentivaria o filho a ser caminhoneiro, responde que não. “Mas se for a decisão dele (filho), eu vou apoiá-lo”.
Anderson Gral, diretor da Irmãos Gral, de Chapecó (SC), é outro que reclama da “dificuldade tremenda” para conseguir motorista. Hoje, existem pelo menos 15 vagas abertas por lá. Ele conta que o transporte de combustível pouco sofreu com a pandemia do novo coronavírus. E está em ritmo acelerado.
Gral acredita que os motoristas querem caminhão novo e liberdade de trabalho. A primeira exigência a transportadora pode garantir, mas a segunda, não, já que o segmento de combustíveis é um dos que contam com mais regras, com rígidos controles de velocidade e de jornada de trabalho.
Juntando todas as transportadoras do Oeste de Santa Catarina, que tem muitas indústrias alimentícias, o diretor calcula que existam 500 empregos para motoristas de caminhão na região.
Gral conta que o piso mínimo do segmento é de R$ 2.230. Mas, com adicional de periculosidade e horas extras, o motorista pode chegar a receber R$ 4.500.
A evolução da tecnologia dos caminhões tem obrigado as concessionárias a investirem em treinamento dos caminhoneiros, conforme alega o diretor. “Quando a gente compra caminhão, elas ensinam os macetes”. Mas, isso não tem sido suficiente diante de tanta novidade embarcada. E as transportadoras estão criando verdadeiras autoescolas em suas sedes.
Gral acredita que o monitoramento por câmeras nas cabines é uma exigência do mercado que desagrada o motorista. “Assim que começou esse negócio, eles já passaram a rejeitar. Não querem não”.
DESVALORIZADOS
Luis André Rodrigues Moreira é consultor em transporte da LM Assessoria, de Curitiba, e atende várias transportadoras. Para ele, a falta de motoristas está relacionada ao processo de desvalorização do profissional no País. “Em determinados lugares, os motoristas passam de 4 a 5 dias sem acesso a banheiro e restaurante”. Ele acrescenta que o profissional do segmento de inflamáveis não pode usar caixa de cozinha.
Outra desvantagem é a distância da família. “Dependendo da operação, ficam 20, 45 dias fora de casa”.
Moreira conta que a dificuldade de contratar pessoal é tão grande que uma das empresas em ele atende está realizando a 23a semana de integração de motoristas do ano. O que é um recorde. Nos próximos dias, a transportadora vai contratar 15 condutores. “No setor de transporte de produtos perigosos, os motoristas estão se assustando com a obrigatoriedade de serem filmados durante toda a viagem”.
Segundo o consultor, a remuneração líquida mensal de um motorista do segmento de produtos perigos vai de R$ 3.800 a R$ 4.200.
REMUNERAÇÃO
Para o engenheiro mecânico especialista em telemetria e projetos, Tiago de Lima Ferreira, não há como atrair mão de obra para o setor se a remuneração não aumentar. “Em média, o salário do motorista carreteiro é de R$ 2,5 mil no País. Imagine ficar longe da família tanto tempo por esse salário”.
Por isso, na opinião dele, tem muita gente deixando a estrada para exercer outras funções. “Um assistente administrativo ganha R$ 2,5 mil”, compara.
No entendimento do engenheiro, uma remuneração atraente para um motorista deve ser de ao menos R$ 5 mil.
“Veja a responsabilidade de um condutor que está pilotando um veículo que custa R$ 400 mil e dependendo da carga pode estar puxando um patrimônio de R$ 1 milhão. Ele não pode ganhar só R$ 2,5 mil”, justifica.
De acordo com Ferreira, um motorista do mercado de distribuição nas grandes cidades ganha apenas R$ 1,6 mil.
O especialista acredita que o empresário tem condições de melhorar a remuneração de acordo com o desempenho do profissional. Nos caminhões modernos, se bem treinados, os caminhoneiros podem obter razoáveis índices de economia. “Se o caminhão economizou 10%, por que o empresário não repassa 2% para o motorista?. A empresa não deixa de ganhar e ainda terá o engajamento do condutor”.
PESSIMISMO
Se nada for feito para incentivar a profissão de caminhoneiro no País, a situação vai ficar muito mais feia na visão dos entrevistados para essa reportagem. “Fiz algumas projeções e se continuar o cenário como está hoje, daqui a 10 anos haverá um colapso no modal do transporte rodoviário”, declara Tiago Ferreira, que também é sócio da startup Telemetry e foi responsável pela telemetria de uma das maiores transportadoras do país até há pouco tempo.
Anderson Gral acha que a situação ficará inviável em menos tempo. “Se continuar com essa tendência, eu fico com medo que nos próximos três anos a gente venha a ter um colapso na logística brasileira”.
Eduardo Locatelli também se preocupa com o futuro da profissão. “Se os governantes e os donos das grandes empresas não valorizarem, a profissão do motorista vai acabar”. Fonte: Carga Pesada.